Depois de muita discussão e até alguma baixaria, John Lennon finalmente havia conseguido o que tanto queria: se livrar dos Beatles. Só que a coisa toda não tinha acontecido exatamente do jeito que ele esperava. O mundo tinha resolvido culpar a Yoko pelo fim dos Beatles, ela era insultada pelos fãs na rua, as pressões eram muitas e, pra terminar o fim da picada: Paul McCartney, que havia pedido pra John "segurar um pouquinho, pra não prejudicar as vendas do novo disco da banda", havia gravado o seu próprio álbum solo na surdina (ou melhor, em casa mesmo, escondidinho) e tinha acabado de lançar. Tudo isso havia provocado muita dor e ira no jovem Lennon, que estava caminhando para completar seus 30 anos. Ele também estava fazendo a terapia do Grito Primal do Dr. Janov. O resultado foi um tapa na orelha do ouvinte, um dos mais radicais albuns solo de todos os tempos, um disco de uma crueza gritante.
John chamou quase metade dos Beatles (pelo menos a banda do album "Let It Be', ou seja, Ringo Starr, Billy Preston e o produtor Phil Spector), mais o velho amigo Klaus Voorman e, claro, Yoko Ono. A agressividade e crueza era no aspecto musical (com as viscerais "I found Out", "Remember" e "Well Well Well"), mas principalmente nas letras. Contrastando melodias singelas e agradáveis com letras agressivas ("God", "Hold On" e Working Class Hero"), às vezes caindo pro puro lirismo ("Love", "Look At Me"). Segundo o próprio John, este não foi feito para ser um disco "bonitinho". Mas é. Aliás, é lindo!
Produção: Phil Spector
Lançamento: 12/12/1969 (EUA e UK)
Músicos: John (vocais, guitarra violão e piano); Klaus Voorman (contrabaixo); Ringo Star (bateria); Billy Preston (piano); Phil Spector (piano); Yoko Ono (vento, ou 'wind', como diz o encarte).
Lado 1:
01. Mother
02. Hold On
03. I Found Out
04. Working Class Hero
05. Isolation
Lado 2:
01. Remember
02. Love
03. Well Well Well
04. Look At Me
05. God
06. My Mummy's Dead
Bônus do CD:
01. Power To The People
02. Do The Oz
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