De 1963 a 1969, os meninos produziram 7 discos de Natal, destinados especialmente ao seu fã-clube oficial. A idéia original partiu de Tony Barrow, que observava o impressionante volume de cartas, cartões, postais e todo tipo de correspondência que os Beatles recebiam. Por mais que quisessem, eles jamais conseguiriam dar um oi para cada uma de todas aquelas meninas! A não ser que pudessem dar um oi para várias, para todas elas ao mesmo tempo... E, para isso, Tony Barrow pensou na gravação de uma mensagem de Natal.
Levada a Brian Epstein, a ideia de Barrow foi vetada, mas conquistou a simpatia de John, Paul, George e Ringo, que acabaram por convencer seu empresário a aceitá-la. Assim, em 17 de outubro de 1963, os Beatles entravam em estúdio para sua primeira gravação de Natal.
Nos três primeiros anos, entre 1963 e 1965, o disco de Natal dos Beatles nada mais era que a leitura de um script elaborado por Tony Barrow. Claro que os Fabs aproveitavam para incrementar a coisa, misturando piadas, assobios e outros barulhos ao script e tirando um sarro um do outro. Para se ter uma idéia, o mitológico nariz de Ringo inspirou no primeiro disco a criação de "Rudolph the Red Nosed Ringo", numa comparação com a também mitológica Rena do Nariz Vermelho!

Veio 1967 e o disco de Natal dos Beatles pulou da pantomima para a pura comédia. Satirizando programas de rádio e TV, o disco contou com a participação do ator Victor Spinetti, que havia trabalhado com os Fabs no cinema. A capa tinha design de John e Ringo e a contra-capa era ilustrada com um desenho do filho de John e Cynthia, Julian.
Nos 2 últimos álbuns de Natal, de 1968 e 1969, os Beatles já manifestavam os sinais de desintegração que apontavam para a eminente dissolução do grupo. Cada um gravou separadamente a sua participação e as mensagens foram editadas e mixadas posteriormente por Kenny Everett. Mas era difícil encobrir o fato de que John, Paul, George e Ringo estavam se distanciando um do outro e mesmo brigando - no disco de 68, John faz um trocadilho ("some of my beast friends" - usando beast (besta) em vez de best (melhor), que mostra claramente a animosidade presente no grupo.
Em 1969, o trabalho de edição foi ainda maior, já que George e Ringo contribuíram com mensagens brevíssimas, de poucos segundos. Ringo contribuiu um pouco mais, com a foto da capa e o desenho da contracapa, obra de seu filho mais velho, Zak. John e Yoko gravaram um diálogo, Paul compôs um tema novo de Natal, e só. Este seria o último disco de Natal dos Beatles (no ano seguinte, 1970, as fãs "oficiais" receberam uma compilação das 7 mensagens de Natal anteriores).
Nas carreiras solo dos Beatles, o Natal não teve tanta representatividade, até que John e Yoko decidiram aproveitar o período festivo para fazer de sua mensagem de Natal um apelo à humanidade pelo fim da guerra, da intolerância e do preconceito. "Happy Xmas (War is Over)" estourou nas paradas e tornou-se um hino; sua mensagem é perene, e é a mais apropriada para desejarmos a todos os fãs de John, Paul, George e Ringo (o que já dá um bom percentual da humanidade!) um tempo de mais paz, mais união, mais amor - o amor que Paul canta em suas baladas, que George pregou numa vida mais contemplativa, que é personificado por John na manifestação de sua paixão por Yoko e que transparece nos enormes sorrisos e na capacidade de superação de Ringo.
A very merry Xmas
And a happy New Year
Let's hope it's a good one
Without any fear
And a Fab Xmas time is guaranteed for all! :-)
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