segunda-feira, 4 de julho de 2016

20 gravações dos Beatles que ninguém ouviu


O baú dos Beatles parece mesmo ser sem fundo. Mesmo a banda tendo durado apenas cerca de uma década, e de muito material raro já ter sido disponibilizado oficialmente ou através de discos piratas, ainda há muitas coisas inéditas. Diversas faixas que são desconhecidas dos fãs e do grande público. Veja uma lista de vinte gravações que ainda estão escondidas, ou em alguns casos, possivelmente perdidas para sempre.

1 . Live at the Cavern – meados de 1962
Comprada em um leilão por Paul McCartney em 29 de agosto de 1985. Esta fita contém 18 músicas, a maioria covers , incluindo alguns jamais veiculados como “Hey! Baby” (Bruce Channel), “If You Gotta Make a Fool of Somebody” (James Ray), “Sharing You” (Bobby Vee) e “What’s Your Name” (possivelmente a mesma canção da dupla Don & Juan). Como McCartney é o dono da única cópia e nada foi usado no Anthology 1, pode-se concluir que a qualidade do áudio não é muito boa.

2 . Sheila – 26 de outubro de 1962, BBC
Frequentemente, os Beatles tocavam músicas de outros artistas em suas sessões para a rádio BBC. Este cover de “Sheila”, composta por Tommy Roe, seria registrado pela banda dois meses depois em Hamburgo, fazendo parte do bootleg “Live at Star Club”.  A versão feita para a BBC teria uma qualidade sonora superior, assim como a performance da banda. Porém, acredita-se que a fita foi apagada ou desapareceu para sempre.

3. Three Cool Cats – 16 de janeiro de 1963, BBC
Outro exemplo de música gravada nas sessões da BBC, mas não transmitida. Há uma versão de “Three Cool Cats” do teste dos Beatles para a gravadora Decca realizado em 1 de janeiro de 1962, facilmente disponível. Mas é uma pena que a versão da BBC não sobreviveu. Acredita-se que a gravação perdida seria melhor que a da Decca, uma vez que o grupo tinha evoluído ao longo daquele ano.

4.  Hold Me Tight – 11 de fevereiro de 1963, sessão do LP “Please Please Me”
Sabe-se que os Beatles tentaram uma primeira versão de “Hold Me Tight ” durante a única sessão do disco “Please Please Me”. É provável que as fitas (juntamente com cerca de metade das fitas das gravações deste primeiro LP) não existam mais, porém coisas estranhas têm milagrosamente aparecido. A faixa seria regravada e lançada no segundo álbum da banda.

5. Do You Want to Know a Secret – início de 1963, fita demo de John Lennon
O cantor Billy J. Kramer lembra de ouvir uma fita demo desta canção antes de gravá-la como seu compacto de estreia em 21 de março de 1963. No encarte do CD “The Best of Billy J. Kramer & the Dakotas: The Definitive Collection “, ele revelou o seguinte: “Eu tinha esta fita que me foi dada, e era John Lennon cantando com um violão. Na fita ele (Lennon) dizia ‘sinto muito pela qualidade do som, mas é o cômodo mais silencioso que eu poderia encontrar em todo o edifício’. Então ele foi para o banheiro”. O paradeiro desta fita é desconhecido.

6. Three Cool Cats – 02 de julho de 1963, BBC
Outra versão dos Beatles para esta original dos Coasters, gravada em uma sessão para a Rádio BBC em julho de 1963, mas, assim como a gravação de janeiro, não foi transmitida e não restou nenhuma cópia até onde se sabe.

7. World Without Love – início de 1964, fita demo de Paul McCartney
A canção composta por Lennon e McCartney foi cedida à dupla Peter & Gordon. Peter Asher confirmou possuir uma fita demo que consiste em Paul McCartney tocando “World Without Love ” ainda inacabada. Esta gravação foi leiloada recentemente, mas ainda não foi divulgada para o público.

8. Beatles/Carl Perkins session – 1 de junho de 1964, suposta parceria em estúdio
Carl Perkins, um dos pioneiros do rock, afirmou em várias ocasiões que ele e os Beatles gravaram juntos no estúdio em 1 de Junho de 1964. As canções incluiriam “Blue Suede Shoes”, ” Honey Don’t”, “Everybody’s Trying to Be My Baby”, “Your True Love”, “Sawdust Dance Floor”, entre outras. Nada desta sessão é conhecido e não há indícios da existência de fitas com os registros. Parece difícil acreditar que, se uma sessão como esta ocorreu em um estúdio, não tenha sido gravada. Perkins lembrou de ficar no estúdio com a banda até quase três horas da manhã. Oficialmente, os registros de gravações dos Beatles que passaram da meia noite só ocorreram após 13 de outubro de 1965.

9. You’re My World – 3 de junho de 1964 , outtake de estúdio
Sucesso da cantora Cilla Black. De acordo com o relato, esta interpretação dos Beatles trata-se apenas de uma versão de 33 segundos. Jamais foi ouvida pelos fãs.

10. It’s For You – meados de 1964, demo de Paul McCartney
Cilla Black lembra de receber uma fita demo desta canção de Lennon e McCartney, que ela gravou em 1964 (e que os Beatles nunca lançaram sua própria versão), com apenas Paul cantando e tocando violão.

11. No Reply – meados de 1964, fita demo inicial
Antes de os Beatles gravarem essa músca para o disco “Beatles for Sale”, ela foi oferecida ao cantor Tommy Quickly, um artista contratado por Brian Epstein, que gravou “No Reply”, mas não lançou. Colin Manley, que tocou guitarra na versão inédita de Tommy lembra de uma demo diferente dos Beatles. “Eu não acho que a versão do Anthology 1 é a demo que ouvimos. É muito completa”. Manley conta que a versão que ele e Quickly ouviram na época ainda estava incompleta e era possível ouvir o som de uma descarga sendo acionada. “Típico do humor de John Lennon”, comentou o músico que lembra de ouvir que os Beatles fizeram a gravação em um hotel e, mais tarde, ele reconheceria a faixa lançada pela banda. 

12. In My Life – 1965, fita particular
Em sua entrevista para a Playboy em 1980, John Lennon disse que ele provavelmente tinha uma fita original de “In My Life”. A memória de John não era sempre impecável, mas na mesma resposta, ele também se lembrou de fitas com “Strawberry Fields Forever” e “We Can Work It Out “, que apareceriam nas décadas seguintes. “In My Life” é conhecida por ter a letra alterada consideravelmente no decorrer de sua composição desde o rascunho. Referia-se inicialmente à locais de Liverpool como Penny Lane, o que faria de uma possível pré-versão muito fascinante.

13. What Goes On – final de 1965, demo multi-track de Paul McCartney
Em abril de 1966, a edição da The Beatles Monthly Book trazia Neil Aspinall relatando que “quando Paul queria mostrar a Ringo como era What Goes On, ele fez uma gravação multi-track. Para isto, Paul cantou, tocou guitarra, baixo e  bateria. Então Ringo ouviu a fita finalizada e acrescentou suas próprias ideias antes da sessão de gravação”. Recentemente, esta gravação foi leiloada, mas ainda não foi disponibilizada para o público.

14. Love You To – 11 abril de 1966, take 1 acústico
O mais intrigante outtake do álbum “Revolver” é uma versão acústica de George Harrison para sua composição “Love You To”, com Paul McCartney nos vocais de apoio, que deve ser consideravelmente diferente, nesta forma primitiva, da gravação com arranjo indiano. A fita com esta versão inédita foi leiloada junto à demo de “What Goes On” e também permanece desconhecida dos ouvidos dos fãs.

15. Eleanor Rigby – 1966, demo de Paul McCartney
Na biografia Many Years From Now (de Barry Miles), Paul McCartney lembrou-se de usar um estúdio em Montagu Square, em Londres, para gravações demonstrativas. “Eu tinha acabado de escrever Eleanor Rigby e então fui sozinho para o porão em um dia de folga. Apenas levei um violão e usei o local como um estúdio de demonstrações”. Um breve trecho de Paul no violão cantando “Eleanor Rigby” apareceria mais tarde e pode ser deste período, mas nenhuma outra dessas gravações foi veiculada.

16. Carnival of Light – 05 de janeiro de 1967, faixa experimental
Uma das mais lendárias gravações dos Beatles jamais ouvida pelo grande público. “Carnival of Light” foi na verdade uma colagem de som experimental com duração de quase 14 minutos, feita para (e executada em) um evento de mídia da contracultura de mesmo nome no teatro Roundhouse, em Londres, nos dias 28 de janeiro e 4 de fevereiro de 1967. A faixa nunca vazou em discos piratas e foi cortada da série Anthology. Paul McCartney já demonstrou interesse em liberar a gravação algum dia, mas advertiu que ela é extremamente incomum ao trabalho dos Beatles.

17. Good Night – meados de 1968, demo com John Lennon nos vocais
Geoff Emerick, engenheiro de som dos Beatles, menciona em seu livro Here, There and Everywhere: My Life Recording the Music of the Beatles (co- escrito com Howard Massey ), que John Lennon fez uma demo de “Good Night” para Ringo e que foi tocada duas vezes no estúdio. “É uma pena que esta fita especial foi perdida para o mundo, e que ninguém nunca vai saber o jeito lindo como John cantou sua canção”, escreveu Emerick.

18 . Helter Skelter – 18 de julho de 1968, take 3
Talvez o Santo Graal das gravações inéditas dos Beatles. Esta é a lendária versão de 27 minutos e 11 segundos de “Helter Skelter”. Na verdade, esta é uma versão lenta, bluseira e mais arrastada como a versão editada do take 2 (que tinha 11 minutos) para o CD Anthology 3. Durante muito tempo, as pessoas pensavam que a longa gravação tratava-se da mesma contida no White Album, porém completa.  Apesar de inúmeros fãs terem pedido para a faixa de quase meia hora entrar na série Anthology, George Martin achou que seria muito chato incluir uma faixa tão extensa. O take 3, a mais longa gravação dos Beatles, é totalmente desconhecido e segue guardado para a curiosidade dos fãs. Sabe-se apenas que grande parte da faixa consiste em passagens instrumentais.

19. Etcetera – 20 de agosto de 1968, sobra de estúdio
O segundo outtake  mais procurado do “White Album” é “Etcetera”, de Paul McCartney. Gravada em um único take pelo compositor. A canção é lembrada pelo engenheiro técnico da EMI, Alan Brown, como uma linda balada. A fita, aparentemente, não está mais nos cofres da gravadora. Paul não pareceu tão entusiasmado quanto Brown em relação à esta música quando falou dela na biografia Many Years From Now. Ele apenas lembra de escrevê-la tendo Marianne Faithfull em mente.

20. The Long and Winding Road – final de 1968, demo de Paul McCartney
Sabe-se que Paul McCartney tocou ao piano uma versão de “The Long and Winding Road” em algum momento durante as sessões do “White Album”, antes de ela ser ensaiada e gravada nas sessões de “Get Back/ Let It Be” em janeiro de 1969. Este primeiro registro nunca foi ouvido pelos fãs.

Um comentário:

Jeff disse...

uma vez, há muitos anos, achei este CD para vender (Live at the Cavern – meados de 1962) o qual acabei comprando! A qualidade é ruim, mas da ouvir as músicas. E paguei R$ 10,00 na época.

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