O Maestro Beto Iannicelli preparou um resumo de todos os amplis usados pelo Beatle George, desde 1960. É bem sintético e não enche o saco com detalhes muito técnicos e sim, históricos.
SELMER1960: Selmer Truevoice Stadium - TV19TEle comprou esse ampli na Hessey's em 14 de Junho de 1960. Era considerado "o ampli" no final dos anos 50 e começo dos 60. 99% dos grupos ingleses usavam o TV19T.
GIBSON1960: Gibson GA-40 Les Paul - AmplifierO George adquiriu um em 1960 e pode ser visto em muitas fotos do Cavern. Ele utilizou esse ampli de Outubro de 60 até o verão de 62, quando pintaram os Vox AC30.
VOX1962: VOX AC30/6 Twin(esse é o bege clarinho e não o famoso black face)
George comprou esse ampli em Julho de 62 e se apresentou com ele pela 1ª vez, no "Tower Ballroom" em 27 de Julho de 62. Há registros e fotos dele também em ensaios no Cavern.
VOX1963: VOX AC30 Twin(esse é o famoso black face de tela trançada dourada e é o que mais se identifica com os Beatles)
Foi usado até o final de 63, quando surgiu o AC50 - Super Twin.
VOX1963: VOX AC50 - SUPER TWIN(o de tela dourada e cabeçote separado da caixa, que já tinha 2 Celestion T.530)
Um dos primeiros registros foi no "Christmas Shows" de Dezembro de 63, onde tanto o George quanto o John aparecem usando o bichinho. Em 11 Fevereiro de 64 ele aparece no show do Coliseu em Washington e, aliás, foi apelidado de "Washington Cabinet". Foram utilizados também na 1ª apresentação do Ed Sullivan (embora não apareçam) e utilizados também no album A Hard Day's Night.
VOX1964: VOX AC80/100 - SUPER TWIN(é aquele combo com o cabeçote pequeno, com 2 Celestion T-1088 de 12 polegadas)
Eles usaram pela 1ª vez em Julho de 64 na excursão da Suécia.
VOX1964: VOX AC80/100 SDL(aquele grande, todo black face, que também era conhecido como "Super De Luxe Beatles - style cabinet").
George e John receberam esse modelo no início de Agosto de 64, em substituição ao AC80/100 Super Twin) Pode ser visto no Shea Stadium, em 65.
VOX1965: VOX AC100 SDL(com pouquíssimas diferenças cosméticas em relação ao AC80)
Pode ser visto na tour do Japão.
VOX1966: VOX 7120(esse ampli usava um front end solid state pré amp - e valvulado no back end).
O "7" era padrão e o resto, a potência do bicho, ou seja 7 - 120W. Eles iam de 15 até 120W. Atualmente, se não me engano, são totalmente valvulados. Os Betales reeberam esse modelo no início de 66 e foram usados no Revolver e nas tours da Alemamha e Japão.
VOX1966: VOX SUPER BEATLE (240W / 120RMS)Com 4 falantes de 12 polegadas, Celestion (inglês) ou Oxsfords (americano).
Pode ser visto na tour americana de 66.
VOX
1967: VOX CONQUEROR - 730 Speaker CabPode ser visto no promo de Hello Goodbye, tanto com o George quanto com o John. Foram usados nos albuns Magical Mistery Tour e Album Branco, mas há a possibilidade de também ter sido usado o "VOX DEFIANT" que tinha pequenas diferenças cosméticas em relação ao Conqueror.
VOX1968: VOX CONQUEROR(diferença apenas do logo em relação ao 730).
Usado em Hey Bulldog e no Album Branco.
RICK
1964: RICK SUPERSONIC B SERIES.
George comprou esse ampli na 1ª ida aos EUA, em Fevereiro de 64. Há fotos desse ampli no quarto do George, no Hotel, na 1ª excursão à América. (o bichinho até que era simpático)
FENDER
1962: STAR CLUB AMPLIFIERS
Usado no Star Club, na Alemanha. Eram os amplis da casa. (aqueles beges claros que a gente vê nas fotos do Star Club).
FENDER
1965: FENDER BASSMAN (aquele combo gold face, que até hoje é um senhor ampli) e que foi o modelo de transição para o black face. Os Beatles usaram um modelo de 45W, feitos em Junho de 64.
Foram usados em estudio, de 66 a 69, inclusive é visto no filme Let It Be, em Twickenham. Foi usado também no Imagine, mais especificamente em How Do You Sleep.
FENDER
1968: FENDER DELUXE REVERB AMP (silver black face)
Visto no promo Revolution em Setembro de 68
FENDER
1969: FENDER TWIN REVERB AMP (silver black face, 80W, 2 falantes de 12")
O visual "silver face" apareceu foi criado no final de 67. Podem ser vistos no filme Let It Be.
FENDER
1969: FENDER PRINCETON AMP
(silver face de 1 canal só)
Usado nas seções do Abbey Road. Foi usado também na amplificação do moog usado pelos Beatles no Abbey Road.
quarta-feira, 31 de outubro de 2001
sábado, 20 de outubro de 2001
Os reis do Iê Iê Iê
Chego ao Bruni Ipanema uns vinte minutos antes do início da sessão das quatro. A fila, quilométrica: mar de adolescentes. Na bilheteria, o aviso de lotação esgotada. Aguardo duas horas pra enfim assistir à sessão das seis. Dentro do cinema, algazarra, gritinhos das fanzocas! Todas as filas lotadas, mesmo as primeiras, perto da tela, normalmente evitadas — gente esparramada até pelo chão.
Três décadas e meia depois, revejo o mesmo filme, cópias restauradas, som digital: OS REIS DO IÊ IÊ IÊ. Cinema vazio, sessão tranqüila. Os cabelos compridos dos Beatles já não parecem tão compridos assim. As canções inovadoras de então, hoje, de tão familiares, soam como standards e, após décadas de convívio com o Inglês, consigo entender as letras! Mais cinqüenta anos, serão clássicos, como Lieders de Schubert.
O mundo, então, era outro, dividido em dois blocos antagônicos, luta de vida ou morte: capitalista e comunista. Como no maniqueísmo, um bloco representava o BEM, outro bloco representava o MAL. Qual era qual, dependia do ponto de vista. Mais ou menos uma questão de fé: havia os crentes no Mundo Livre em luta contra a Cortina de Ferro, e os partidários do socialismo na guerra santa contra o imperialismo ianque. Os arsenais nucleares acumulados pelas duas superpotências dariam para destruir várias humanidades. "Depois da morte de Cristo, os apóstolos pensavam que o Juízo Final e o fim do mundo eram iminentes. Embora acreditassem nisso, não havia nenhuma ameaça real de destruição. Atualmente, a situação é inversa: o mundo está mesmo ameaçado de destruição e ninguém acredita", teria dito Jaspers — li esta citação em algum jornal ou revista de 1970 e anotei num caderno.
A descoberta da pílula anticoncepcional foi um "estouro", como se dizia. A camisinha, praticamente relegada ao baú de velharias, indo fazer companhia à galocha e ao pincenê. Mas que ironia, retornar com força total décadas mais tarde, em presença da AIDS! A Igreja não tardou em condená-la, como outrora condenara o heliocentrismo e hoje condena, digamos, a engenharia genética e a eutanásia. Ao libertar o sexo da procriação, a pílula fez a humanidade descobrir os prazeres do então denominado "amor livre". Hoje, transar com quem bem se entende tornou-se tão normal, que parece que sempre foi assim. E as mulheres nem se dão mais ao trabalho de tomar a pílula. Deixai nascer as criancinhas!
Naquela época, a música, tal qual o mundo, dividia-se em dois blocos antagônicos: a música dita clássica — a "verdadeira música", imortal — e a música popular, descartável, "que daqui a alguns anos ninguém mais ouvirá": rock and roll, cha-cha-cha, twist, hully-gully. Só que esses "alguns anos" se passaram e acabamos tendo a surpresa de descobrir que a "música popular" — sobretudo o jazz — foi a "música clássica" do século XX! E a "música clássica" do século XX... quem é que ainda ouve, a não ser um ou outro aficionado, a "música clássica" do século XX?
Acreditava-se que no ano 2000 (caso o mundo fosse poupado do cataclismo previsto por Nostradamus) nos alimentaríamos de pílulas. Em vez de dormir, tomaríamos pílulas também. O céu estaria coberto de aeromóveis, bondes aéreos e táxis celestes. Passaríamos as férias na Lua. O mundo formaria um bloco político único, sem nações. E passaríamos umas cinco horas diárias diante do "telesen", aparelho que substituiria o cinema, teatro, rádio e televisão — vide O Estranho Mundo do Ano 2000, no volume II de Nosso Universo Maravilhoso, do início dos anos 60.
As garotas se dividiam em "direitas" e "piranhas": as direitas, só "davam" depois de terem seu casamento devidamente garantido e agendado. Já as "piranhas" mostravam-se mais generosas — é dando que se recebe. Inveja da galera de hoje, que pode escolher dentre um farto menu de tchutchucas, purpurinadas, popozudas, preparadas, glamourosas, cachorras...
Os carros fabricados no Brasil: o onipresente e simpático Fusca, o Aero Willys, o DKW Wemag, o Gordini, o JK — mas, cá entre nós, a quem interessa isso?
As drogas que a gente curtia eram todas legais: birita, antidistônicos, bolinhas moderadoras de apetite! "Maconha" ainda se chamava "diamba", estranho narcótico consumido por índios e caboclos de, sabia-se lá, que tribos e sertões. Erva maldita, ainda.
A televisão, preto e branco; o computador, um trambolhão que só existia lá nos States; revista de sexo explícito, só na Suécia — berço do amor livre. Lembram? Quem comesse carne na Sexta-feira Santa, ninguém se admiraria se lhe caísse raio na cabeça. Corpus Christi, dia santo, e não feriadão pra se viajar à Região dos Lagos ou Guarujá. Bons católicos freqüentavam a missa aos domingos, bons judeus, a sinagoga nas noites de sexta-feira (sempre fui mau judeu). O casamento no Brasil, indissolúvel — só a morte tinha o poder de rompê-lo.
Mas — posto que sem Internet, sem Viagra, sem filmes pornô — tínhamos um tesouro que não temos mais: os quatro Beatles, juntinhos e todos os quatro vivos.
Que mais no mundo se nos fazia preciso?
Por Ivo Korytowski
Três décadas e meia depois, revejo o mesmo filme, cópias restauradas, som digital: OS REIS DO IÊ IÊ IÊ. Cinema vazio, sessão tranqüila. Os cabelos compridos dos Beatles já não parecem tão compridos assim. As canções inovadoras de então, hoje, de tão familiares, soam como standards e, após décadas de convívio com o Inglês, consigo entender as letras! Mais cinqüenta anos, serão clássicos, como Lieders de Schubert.
O mundo, então, era outro, dividido em dois blocos antagônicos, luta de vida ou morte: capitalista e comunista. Como no maniqueísmo, um bloco representava o BEM, outro bloco representava o MAL. Qual era qual, dependia do ponto de vista. Mais ou menos uma questão de fé: havia os crentes no Mundo Livre em luta contra a Cortina de Ferro, e os partidários do socialismo na guerra santa contra o imperialismo ianque. Os arsenais nucleares acumulados pelas duas superpotências dariam para destruir várias humanidades. "Depois da morte de Cristo, os apóstolos pensavam que o Juízo Final e o fim do mundo eram iminentes. Embora acreditassem nisso, não havia nenhuma ameaça real de destruição. Atualmente, a situação é inversa: o mundo está mesmo ameaçado de destruição e ninguém acredita", teria dito Jaspers — li esta citação em algum jornal ou revista de 1970 e anotei num caderno.
A descoberta da pílula anticoncepcional foi um "estouro", como se dizia. A camisinha, praticamente relegada ao baú de velharias, indo fazer companhia à galocha e ao pincenê. Mas que ironia, retornar com força total décadas mais tarde, em presença da AIDS! A Igreja não tardou em condená-la, como outrora condenara o heliocentrismo e hoje condena, digamos, a engenharia genética e a eutanásia. Ao libertar o sexo da procriação, a pílula fez a humanidade descobrir os prazeres do então denominado "amor livre". Hoje, transar com quem bem se entende tornou-se tão normal, que parece que sempre foi assim. E as mulheres nem se dão mais ao trabalho de tomar a pílula. Deixai nascer as criancinhas!
Naquela época, a música, tal qual o mundo, dividia-se em dois blocos antagônicos: a música dita clássica — a "verdadeira música", imortal — e a música popular, descartável, "que daqui a alguns anos ninguém mais ouvirá": rock and roll, cha-cha-cha, twist, hully-gully. Só que esses "alguns anos" se passaram e acabamos tendo a surpresa de descobrir que a "música popular" — sobretudo o jazz — foi a "música clássica" do século XX! E a "música clássica" do século XX... quem é que ainda ouve, a não ser um ou outro aficionado, a "música clássica" do século XX?
Acreditava-se que no ano 2000 (caso o mundo fosse poupado do cataclismo previsto por Nostradamus) nos alimentaríamos de pílulas. Em vez de dormir, tomaríamos pílulas também. O céu estaria coberto de aeromóveis, bondes aéreos e táxis celestes. Passaríamos as férias na Lua. O mundo formaria um bloco político único, sem nações. E passaríamos umas cinco horas diárias diante do "telesen", aparelho que substituiria o cinema, teatro, rádio e televisão — vide O Estranho Mundo do Ano 2000, no volume II de Nosso Universo Maravilhoso, do início dos anos 60.
As garotas se dividiam em "direitas" e "piranhas": as direitas, só "davam" depois de terem seu casamento devidamente garantido e agendado. Já as "piranhas" mostravam-se mais generosas — é dando que se recebe. Inveja da galera de hoje, que pode escolher dentre um farto menu de tchutchucas, purpurinadas, popozudas, preparadas, glamourosas, cachorras...
Os carros fabricados no Brasil: o onipresente e simpático Fusca, o Aero Willys, o DKW Wemag, o Gordini, o JK — mas, cá entre nós, a quem interessa isso?
As drogas que a gente curtia eram todas legais: birita, antidistônicos, bolinhas moderadoras de apetite! "Maconha" ainda se chamava "diamba", estranho narcótico consumido por índios e caboclos de, sabia-se lá, que tribos e sertões. Erva maldita, ainda.
A televisão, preto e branco; o computador, um trambolhão que só existia lá nos States; revista de sexo explícito, só na Suécia — berço do amor livre. Lembram? Quem comesse carne na Sexta-feira Santa, ninguém se admiraria se lhe caísse raio na cabeça. Corpus Christi, dia santo, e não feriadão pra se viajar à Região dos Lagos ou Guarujá. Bons católicos freqüentavam a missa aos domingos, bons judeus, a sinagoga nas noites de sexta-feira (sempre fui mau judeu). O casamento no Brasil, indissolúvel — só a morte tinha o poder de rompê-lo.
Mas — posto que sem Internet, sem Viagra, sem filmes pornô — tínhamos um tesouro que não temos mais: os quatro Beatles, juntinhos e todos os quatro vivos.
Que mais no mundo se nos fazia preciso?
Por Ivo Korytowski
CHASING THE CHERRY - Poema de Paul McCartney
fragile fragments
clatterring down
the lavish marble staircase
tinkling smithereens
smashing, grabbing
at thechina-stars
bursting in clusters
scattering E-side cats
credit card dropping
from rain-clowds
pour down on the well-polished floor
tortoiseshell hair-combs
and black tape cassettes
rattle the cages of
knife wielding grand dames
and say, are you chasing the cherry ?
the merry go round of the roses
if so, you must know
that the down side
is sink like a ferry
ascending the slope
in a herring bone fashion
holding on chromium steel
lifting the bar bells
with candlestick motion
side steppiing hot wax,
and wheel
flying with lizards
all blown in a gust
through staining glass
windows and covered
with dust blood,
to keep out the rain
and say are you chasing the cherry ?
the merry go round of the roses
if so, you must know
that the down side
is sinklike a ferry
a weapon is not
worth a button
when anti-world
matters explode
and chandeliers
drop from the ceiling
with sharp shooters skill
exhausted collapse
in the playground
apeak epileptic remains
and froth at the mouth
like a river, til
teachers in apple pie beds
reach out their
chalk filled hands
and lift
and lift
and say, are you chasing the cherry ?
the singular red one on top
it gleams with particular pleasure
that may well never stop
if so, you must know
that the high tide
is sunk like a ferry
Este é dos 5 poemas que Paul McCartney enviou a uma revista literária em 1996, com o objetivo de serem avaliadas. Caso não seja lançada no seu livro "Blackbird Singing" este será um dos pouquíssimos lugares onde ela foi publicada.
Colaborou:
Luiz Antonio da Silva (Beatles Cavern Club-SP)
clatterring down
the lavish marble staircase
tinkling smithereens
smashing, grabbing
at thechina-stars
bursting in clusters
scattering E-side cats
credit card dropping
from rain-clowds
pour down on the well-polished floor
tortoiseshell hair-combs
and black tape cassettes
rattle the cages of
knife wielding grand dames
and say, are you chasing the cherry ?
the merry go round of the roses
if so, you must know
that the down side
is sink like a ferry
ascending the slope
in a herring bone fashion
holding on chromium steel
lifting the bar bells
with candlestick motion
side steppiing hot wax,
and wheel
flying with lizards
all blown in a gust
through staining glass
windows and covered
with dust blood,
to keep out the rain
and say are you chasing the cherry ?
the merry go round of the roses
if so, you must know
that the down side
is sinklike a ferry
a weapon is not
worth a button
when anti-world
matters explode
and chandeliers
drop from the ceiling
with sharp shooters skill
exhausted collapse
in the playground
apeak epileptic remains
and froth at the mouth
like a river, til
teachers in apple pie beds
reach out their
chalk filled hands
and lift
and lift
and say, are you chasing the cherry ?
the singular red one on top
it gleams with particular pleasure
that may well never stop
if so, you must know
that the high tide
is sunk like a ferry
Este é dos 5 poemas que Paul McCartney enviou a uma revista literária em 1996, com o objetivo de serem avaliadas. Caso não seja lançada no seu livro "Blackbird Singing" este será um dos pouquíssimos lugares onde ela foi publicada.
Colaborou:
Luiz Antonio da Silva (Beatles Cavern Club-SP)
Preso no mastro do iate dos Beatles
Funchal, 31 Jan (Lusa) - Um praticante alemão de parapente embateu hoje e ficou suspenso num dos mastros do iate "Vagrant", que foi propriedade dos Beatles e agora é um estabelecimento de restauração na marginal do Funchal.
Aquele "parapentista" lançou-se da rampa do Chão da Lagoa (Parque Ecológico do Funchal) com um amigo, num voo que decorreu com toda a normalidade até à zona do Monte, quando foram apanhados pelo vento.
Enquanto um deles ficou suspenso no mastro da embarcação, a cerca de 20 metros do solo, tendo sido retirado por uma equipa de montanhismo dos Bombeiros Voluntários Madeirenses, o outro embateu contra uma árvore da Avenida do Mar e caiu no toldo do restaurante.
Os dois praticantes alemães de parapente, um guia de montanha e outro funcionário do grupo hoteleiro Pestana, residem na Madeira há dois e cinco anos, respectivamente, e saíram ilesos do acidente.
O voo durou cerca de 35 minutos e abrangeu um percurso de oito quilómetros.
EC/AMB
Lusa/Fim
Luis Pinheiro de Almeida
Aquele "parapentista" lançou-se da rampa do Chão da Lagoa (Parque Ecológico do Funchal) com um amigo, num voo que decorreu com toda a normalidade até à zona do Monte, quando foram apanhados pelo vento.
Enquanto um deles ficou suspenso no mastro da embarcação, a cerca de 20 metros do solo, tendo sido retirado por uma equipa de montanhismo dos Bombeiros Voluntários Madeirenses, o outro embateu contra uma árvore da Avenida do Mar e caiu no toldo do restaurante.
Os dois praticantes alemães de parapente, um guia de montanha e outro funcionário do grupo hoteleiro Pestana, residem na Madeira há dois e cinco anos, respectivamente, e saíram ilesos do acidente.
O voo durou cerca de 35 minutos e abrangeu um percurso de oito quilómetros.
EC/AMB
Lusa/Fim
Luis Pinheiro de Almeida
De Ardmore & Beechwood a Michael Jackson
Por que Michael Jackson decide tudo sobre músicas dos Beatles?
Estive a consultar alguns livros sobre o "publishing" das canções dos Beatles e cheguei a algumas conclusões. A versão do texto que se segue não é ainda completamente definitiva, porque me faltam apurar ainda alguns pormenores, porque tudo isto é muito complicado e eu gosto das coisas rigorosas e exactas.
Michael Jackson (Northern Songs) controla os direitos de 263 canções dos Beatles, entre as quais algumas que o grupo, enquanto tal, nunca gravou oficialmente como "Catcall", "Cold Turkey", "Come And Get It", "Cowboy Music", "Dream Scene", "Drilling A Home", "Penina", etc, etc, etc.
Como foi isto possível?
"Love Me Do", "PS I Love You", "Please Please Me" e "Ask Me Why" são as quatro únicas gravadas pelos Beatles que não estão incluídas neste lote de Michael Jackson. Por isso, Paul McCartney fez uma mistura delas, ou de parte delas, com o título "PS Love Me Do", para incluir na edição japonesa de "Flowers In The Dirt". Estas canções pertencem à MPL (Paul McCartney).
Quando os Beatles começaram a gravar oficialmente em 1962, o "publishing" era ainda um negócio pouco conhecido ou, no mínimo, insipiente. Nem os Beatles, nem Brian Epstein, se moviam pelo dinheiro e nada sabiam de "publishing".
Brian Epstein até via os "publishers" como promotores das canções nas rádios, nas televisões ou a arranjar alguém que as cantasse também.
Brian Epstein conheceu George Martin através do "publisher" Sid Coleman que dirigia a empresa de "publising" Ardmore & Beechwood, subsidiária da norte-americana Capitol Records que, por seu turno, era uma subsidiária da britânica EMI Records.
Agradecido a Sid Coleman por lhe ter proporcionado o encontro com George Martin, Brian Epstein ofereceu à Ardmore & Beechwood as duas primeiras canções dos Beatles, "Love Me Do" e "PS I Love You".
Mas desiludido com a falta de promoção de "Love Me Do" (não chegou a primeiro lugar), Brian Epstein deu as duas canções seguintes, "Please Please Me" e "Ask Me Why", a Dick James (antigo cantor que chegou a gravar Beatles), depois de ter analisado outras alternativas, entre as quais Hill & Range, "publishers" de Elvis Presley.
Canções seguintes, do álbum e do terceiro single, foram também para a Dick James Music. Nesta altura, a dupla de compositores era McCartney/Lennon e só depois, por causa da ordem alfabética, é que ficou Lennon/McCartney, independentemente de as canções serem dos dois ou só de um.
Depois do primeiro álbum, numa reunião em Liverpool, os Beatles e Brian Epstein resolveram criar a Northern Songs, a empresa de "publishing" deles próprios, sem saberem muito bem o que isso queria dizer e para que servia.
A Northern Songs foi registada a 22 de Fevereiro de 1963, pertencendo 50 por cento a John, Paul e Brian e os outros 50 por cento a Dick James.
As canções que Dick James já tinha (do primeiro álbum) passaram para a Northern Songs, ficando só com "Please Please Me" e "Ask Me Why", como prova do reconhecimento do seu trabalho.
Em 1986, a PolyGram Music comprou a Dick James Music, por isso possui os direitos destas duas canções.
Dick James ficou presidente da Northern Songs até 10 de Fevereiro de 1973.
Por acordo de 14 de Agosto de 1963, Lennon e McCartney comprometeram-se a entregar à Northern Songs todas as suas canções por um período de três anos. Os lucros destas 56 canções foram pagos à LenMac Enterprises, que pertencia 40 por cento a Lennon, 40 por cento a McCartney e 20 por cento a Brian Epstein.
Por um segundo acordo, em Fevereiro de 1965, a LenMac Enterprises foi substituída pela MacLen Music, detida a 40 por cento por Paul, 40 por cento por John e 20 por cento pela NEMS.
A NEMS era a empresa original de Brian Epstein, detida a 50 por cento por Brian, 40 por cento pelo seu irmão Clive e 2,5 por cento a cada um dos quatro Beatles.
No dia 18 de Fevereiro de 1965, a Northern Songs tornou-se pública com a emissão de 5 milhões de acções na Bolsa. Foi uma novidade (mais uma dos Beatles).
Dick James e o seu parceiro de sempre Emanuel Charles Silver ficaram cada um com 37,5 por cento das acções, John e Paul ficaram, cada um, com 15 por cento e George e Ringo com 0,8 por cento, cada um.
No que é considerada uma decisão financeira desastrosa, a LenMac Enterprises foi vendida à Northern Songs no dia 04 de Abril de 1966. Os dois maiores compositores pop do século depositaram assim os direitos das suas 56 primeiras canções numa empresa cotada na Bolsa.
Quando em 1969 a Northern Songs foi vendida, com ela foi também a LenMac Enterprises. Desde essa altura até aos dias de hoje, Lennon e McCartney não mais viram um tostão de direitos das canções.
No dia 28 de Março de 1969, com os Beatles fora e sem lhes dizer nada, Dick James, "patrão" da Northern Songs, resolveu finalmente vender a sua parte e a de Emanuel Charles Silver na Northern Songs à Associated TeleVision (ATV) de Lew Grade (mais tarde Lord Grade) por três milhões de libras.
Paul e John só souberam da venda das acções quando os jornalistas lhes pediram reacções.
Na altura em que a Northern Songs foi vendida à ATV, os Beatles controlavam apenas 29,7 por cento da empresa. Outros "patrões menores" da empresa eram Pattie Boyd, mulher de George Harrison, Subafilmes (pertencente à Apple Corps) e Triumph Investment Trust, que tinha comprado a NEMS a Clive Epstein e à mãe Queenie Epstein, depois da morte de Brian.
No dia 19 de Setembro de 1969, a ATV comprou as acções de um consórcio liderado por Allen Klein (esse mesmo) e passou a controlar 51 por cento da Northern Songs, derrotando irremediavelmente os Beatles, e em Janeiro de 1970 já controlava 99,3 por cento. Os restantes 0,7 por cento estavam espalhados por 500 fãs dos Beatles em todo o Mundo.
Em Novembro de 1981, Lord Grade, com 75 anos, depois de um desastre financeiro com um filme seu, anunciou que queria vender a ATV Music, que incluia a Northern Songs. Paul McCartney viu ai a oportunidade de reaver as canções dos Beatles, especialmente "Yesterday".
Grade quis 20 milhões de libras e deu uma semana para Paul pensar. Paul ligou a Yoko (John tinha morrido no ano anterior) e propôs o negócio: 10 milhões a cada um e as "baby songs" voltavam à posse de Paul e dos herdeiros de John. Yoko recusou com o argumento de que era muito dinheiro.
Paul desistiu da compra. A ATV (rebaptizada de Associated Communications Corporation) tinha sido entretanto adquirida a Lew Grade pelo australiano Robert Holmes À Court.
Depois de um período de silêncio, Michael Jackson, conforme tinha dito a Paul McCartney, comprou a ATV Music à ACC por 53 milhões de dólares e é, desde então, o seu proprietário, apesar de todas as tentativas, infrutíferas, de McCartney em recuperar as suas "babies".
Em 1995, Michael Jackson alugou a gestão da Northern Songs à EMI na Grã-Bretanha.
No dia 16 de Novembro de 1995, Michael Jackson e a Sony Music anunciaram a constituição de uma nova empresa de "publishing", Sony/ATV Music Publishing, formada pela Sony e pela ATV (que detém a Northern Songs, com as canções dos Beatles).
O anúncio foi feito pelo próprio Michael Jackson e por Michael P. Schulhof, presidente da Sony Corporation Of America, e Thomas D. Mottola, presidente da Sony Music Entertainment.
A nova companhia foi avaliada em 600 milhões de dólares, sendo a terceira maior do Mundo. Michael Jackson recebeu 95 milhões de dólares pela fusão.
A nova Sony/ATV Music Publishing passou a controlar os direitos das canções dos Beatles, Elvis Presley, Bob Dylan, Oasis, Leonard Cohen, Pearl Jam, Stevie Nicks, Sade, Willie Nelson, entre muitos outros.
As canções de Michael Jackson estão de fora, sendo geridas pela Warner Chappell.
A ideia desta "joint venture" surgiu em 1994, quando Michael Jackson pretendeu comprar os direitos de "Heartbreak Hotel", de Elvis Presley, como parte do seu contrato com a Sony para a edição do álbum "History".
"Não vendemos Elvis Presley, mas o que queremos é comprar o catálogo dos Beatles", disse Schulhof. Michael Jackson, por seu turno, fez questão de frisar que não vendeu a ATV, mas que procedeu a uma fusão de companhias, com 50 por cento para cada uma das partes.
Isso mesmo terá dito Michael Jackson a Paul McCartney.
Desde 1998, terminado o período de gestão da EMI, a Sony/ATV Music Publising tem o controlo absoluto da esmagadora maioria das canções dos Beatles.
Luis Pinheiro de Almeida
Fonte principal: "Yesterday & Today", Ray Coleman
Rita Lee - Aqui, ali, em qualquer outro lugar (2001)
Beatlemaníaca de carteirinha, Rita Lee lança seu novo álbum, "aqui, ali, em qualquer outro lugar", recheado (somente) com músicas dos Beatles, alterando apenas 4 delas para o português; "If I Fell", alterada para "Pra Você Eu Digo Sim", "In My Life", alterada para "Minha Vida", "Here, There And Everywhere", alterada para (a faixa título), "Aqui, Ali, Em Qualquer Outro Lugar" e "Can’t Buy Me Love", alterada para "Tudo Por Amor". O resto, ficou nas letras originais, e mesmo estas que foram alteradas, estão com as letras originais em faixas bônus (exceto "Can’t Buy Me Love"). O álbum está muito legal e bem feito. Uma coisa legal, é que dentro da capa, há 4 retratos desenhados (que ficaram geniais) de cada um dos Beatles, feitos pela própria Rita, com uma frase abaixo que diz:
"...de 63 a 70, eu bebi, comi, fumei e respirei Beatles. Vivia desenhando a silhueta dos quatro por todos os cantos, mas caprichei legal nos retratos de cada um deles a lápis, sobre os papéis de melhor qualidade que consegui descolar: os que embrulhavam o pão que meu pai comprava todas as manhãs..."
Produzido e arranjado por Roberto de Carvalho, e tendo João Augusto como diretor de arte, o álbum contém 14 músicas, todas de autoria "Lennon/ McCartney". Eu pessoalmente gostei muito das músicas, mas tiraria o mérito apenas de duas, as quais destacarei, enquanto estiver comentando a lista de músicas do álbum abaixo.
As músicas:
A Hard Day’s Night(Lennon/ McCartney)Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Guitarras
João Barone- Bateria
Serginho Carvalho- Baixo
James Müller- Percussão
Obs.: Essa versão abrasileirada de "A Hard day’s Night" ficou super bacana. Uma bela abertura para o Cd!
With A Little Help From My Friends(Lennon/ McCartney)
Rita Lee- Voz, Vocais, Mellotron
Roberto de Carvalho- Violões, Teclados
João Donato- Piano
Obs.: Versão romantizada dessa linda canção de Paul McCartney.
Pra Você Eu Digo Sim (If I Fell)(Lennon/ McCartney - versão: Rita Lee)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Guitarras, Teclados
Laércio Costa- Percussão
Luís Paulo Serafim e Raul Müller- Efeitos
Obs.: Mantendo o mesmo clima de romantismo da versão original, tanto a melodia quanto a letra encantam, e não deixam por esperar!
All My Loving(Lennon/ McCartney)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Teclados
João Donato- Piano
Arismar do Espírito Santo- Baixo
James Müller- Percussão
Otávio de Moraes- Efeitos de Teclado
Obs.: Versão triste, mas bela de "All My Loving".
Minha Vida (In My Life)(Lennon/ McCartney - versão: Rita Lee)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Mellotron, Teclados
Obs.: Pessoalmente minha favorita, com Violões muito bem tocados, e Rita cantando com muita e paixão emoção. A letra é quase que fiel a original, e não decepcionou, ficou linda, poderiam ter usado essa música para fechar com chave de ouro!
She Loves You(Lennon/ McCartney)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões
João Barone- Bateria
Arismar do Espírito Santo- Baixo
James Müller- Percussão
Obs.: Bonita versão de "She Loves You", transformada de puro Rock’n Roll para pura Bossa Nova!
Michelle(Lennon/ McCartney)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Teclados
Arismar do Espírito Santo- Baixo
James Müller- Percussão
Toninho Ferragutti- Acordeom
Obs.: Com um pequeno toque de Bossa Nova, a canção prossegue com o romantismo da versão original. Achei que Rita canta tão bem esta música, que me bateu a idéia de que é uma das favoritas dela, mas pode ser só uma idéia.
Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar(Here, There And Everywhere)
(Lennon/ McCartney – versão: Rita Lee)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Teclados
Arismar do Espírito Santo- Baixo
Laércio Costa e James Müller- Percussão
Luís Paulo Serafim e Cotô- Efeitos
Obs.: Mesmo sendo faixa título, esta é uma das duas canções que destaco, pois não gostei dela. O ritmo tá legal, mas achei que faltou criatividade na letra, o que resultou rimas como: "Eu, Neste mundinho de deus" ou "I Love You pra chuchu Se você não está perto eu fico jururu" Outro resultado da falta de criatividade é a junção da letra em português criada por ela, com pedaços da original, o que resultou uma mistura de uma obra de arte com rimas tolas e preguiçosas, mas há quem goste, esta é minha opinião.
I Want To Hold Your Hand(Lennon/ McCartney)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Guitarras
João Barone- Bateria
Arismar do Espírito Santo- Baixo
Toninho Ferragutti- Acordeom
James Müller- Percussão
Obs.: Pura Bossa’n Roll, essa anima. Mantém o ritmo da versão original, fazendo você bater o pé, e ter vontade de dançar.
Tudo Por Amor(Can’t Buy Me Love)
(Lennon/ McCartney – versão: Rita Lee)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Guitarras
Otávio de Moraes e James Müller- Bateria
Laércio Costa- Percussão
Serginho Carvalho- Baixo
Obs.: Mesmo tendo versos de rima pobres, o uso de gírias e a indignação demonstrada na música a faz ficar muito atrativa, além de um embalo muito calmo e ao mesmo tempo ativo!
Lucy In The Sky With Diamonds(Lennon/ McCartney)
Rita Lee- Voz, Vocais, Mellotron
Roberto de Carvalho- Violões, Teclados
João Donato- Piano
Obs.: Essa é a outra música que destaco por não gostar. Mesmo sendo na letra original, o que me fez não gostar dela foi o refrão, bastou isso. O excesso de efeitos, e a grande variação de notas no Piano tira um pouco da magia da música, e atrapalha um pouco a voz, e como considero o refrão algo muito importante (nas músicas que tem refrão), acho que só isso conseguiu me fazer apreciar bem menos essa versão da música feita pela Rita.
Bônus Track:
Here, There And Everywhere(Lennon/ McCartney)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Teclados
Arismar do Espírito Santo- Baixo
Laércio Costa e James Müller- Percussão
Luis Paulo Serafim e Cotô- Efeitos
Obs.: Essa versão ficou linda, muito melhor que a em português. É muito mais agradável ouvir:
"I want her everywhere
And if she’s beside me
I know i need never care."
Do que:
"I love you pra chuchu,
sem você fico jururu."
Não tem nem comparação.
In My Life(Lennon/ McCartney)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Mellotron, Teclados
Obs.: Linda, recebe os mesmos elogios que a versão em português.
If I Fell(Lennon/ McCartney)
Rita Lee- Voz, Vocais
Roberto de Carvalho- Violões, Guitarras, Teclados
Serginho Carvalho- Baixo
Laércio Costa- Percussão
Luís Paulo Serafim e Raul Müller- Efeitos
Obs.: Uma das músicas românticas que eu pessoalmente mais gosto nos Beatles, interpretada muito bem por Rita, que abre seu coração nessa canção!
Observações adicionais: Gostaria de adicionar que uma das coisas que me atraiu muito no álbum é que em todas as músicas, Rita é acompanhada por uma back voice, que é ninguém mais, ninguém menos que... Rita Lee. Outra coisa que gostaria de observar, foi a falta que senti da versão em inglês de "Can’t Buy Me Love", já que nos Bônus Tracks, estão as que foram alteradas para português, em suas versões em inglês.
O álbum é muito bom e bonito, recomendo, e dou meus sinceros parabéns a Rita Lee.
Por Mário Andrade
terça-feira, 16 de outubro de 2001
Paul McCartney - Driving Rain (2001)
Não que isso seja uma surpresa - é que depois de todos esses anos, isso às vezes passa despercebido ou não é considerado - , mas Paul McCartney é uma puta baixista. Um ouvinte poderia viver nas notas voluptuosas que Paul desfia sem esforço em "Driving Rain", seu primeiro álbum de rock com material inédito em 4 anos. Seu gênio no instrumento tem sido suficiente para desculpar muitas de suas composições "menores" da fase pós-Beatles (independente do que se pense sobre "Silly Love Songs", a linha de baixo por si só praticamente justifica a existência dessa canção). "Driving Rain" explora ao máximo a virtuosidade de Paul, com arranjos limpos, sem estardalhaços, e que engrandecem a performance honesta de uma pequena banda de rock & roll, composta de três desconhecidos e uma lenda viva.
McCartney é uma lenda com propensão à jovialidade, e muitos de seus discos solos considerados "menores" transitam em puro deleite. "Driving Rain" não é um desses, embora contenha algumas faixas que soam "jogadas" mais do que cuidadosamente colocadas: "Tiny Bubble" flutua, mas não chega ao seu destino; "Spinning on an Axis" fica à deriva, preguiçosa; e "Heather" sugere mais um exercício de aquecimento para a banda do que uma música de verdade. Para nossa sorte, McCartney abraçou o espírito que fez de "Run Devil Run", seu álbum de covers de rock & roll de 1999, um triunfo. Naquela época, McCartney estava em luto profundo por sua esposa, Linda, e ele voltou-se par a música de sua juventude de modo quase desesperado. A melhor de suas novas músicas revisita esse terreno emocional, que dá a "Lonely Road" uma pegada que se transforma num grunhido frenético no final da faixa. "There Must Have Been Magic" observa o passado num devaneio pungente, enquanto que "From a Lover to a Friend" olha adiante com espanto temperado pela ansiedade. Em cada uma dessas faixas, além da ligeira "Driving Rain", do sabor country de "Your Way" e do delírio de 10 minutos de "Rinse the Raindrops", o baixo de McCartney assume a direção. As melodias do baixo fazem um contraponto com seus vocais ainda maleáveis, e o groove sem fim de McCartney... well, [his groove] isn't silly at all.
Tracklist:
01) Lonely Road
02) From A Lover To a Friend
03) She's Given Up Talking
04) Driving Rain
05) I Do
06) Tiny Bubble
07) It Must Have Been Magic
08) Your Way
09) Spinning On An Axis
10) About You
11) Heather
12) Back In The Sunshine Again
13) Loving Flame
14) Riding Into Jaipur
15) Rinse The Raindrops
16) Freedom
Driving Rain é o primeiro álbum de estúdio com material inédito de Paul desde 1997, quando lançou "Flaming Pie". Duas das músicas, "Spinning on an Axis" e "Back in the Sunshine Again", foram escrits por Paul e seu filho James. Essas são as primeiras composições de McCartney & McCartney a aparecer num álbum.
No CD, tocam: Paul McCartney (vocais, baixo, guitarras, piano)
Rusty Anderson (guitarras, backing vocals)
Abe Laboriel Jr. (bateria, percussão, backing vocals)
Gabe Dixon (teclados, backing vocals)
Também partciparam das gravações: James McCartney (percussão - "Spinning on an Axis", guitarra - "Back in the Sunshine Again")
Ralph Morrison (violino - "Heather")
David Campbell, Matt Funes, Joel Derouin, Larry Corbett (quarteto de cordas - "Loving Flame")
Todas as faixas foram compostas por Paul McCartney, com exceção das duas que compôs com seu filho James. A produção é de David Kahne e Paul McCartney.
Resenha publicada originalmente no site da revista Rolling Stone
McCartney é uma lenda com propensão à jovialidade, e muitos de seus discos solos considerados "menores" transitam em puro deleite. "Driving Rain" não é um desses, embora contenha algumas faixas que soam "jogadas" mais do que cuidadosamente colocadas: "Tiny Bubble" flutua, mas não chega ao seu destino; "Spinning on an Axis" fica à deriva, preguiçosa; e "Heather" sugere mais um exercício de aquecimento para a banda do que uma música de verdade. Para nossa sorte, McCartney abraçou o espírito que fez de "Run Devil Run", seu álbum de covers de rock & roll de 1999, um triunfo. Naquela época, McCartney estava em luto profundo por sua esposa, Linda, e ele voltou-se par a música de sua juventude de modo quase desesperado. A melhor de suas novas músicas revisita esse terreno emocional, que dá a "Lonely Road" uma pegada que se transforma num grunhido frenético no final da faixa. "There Must Have Been Magic" observa o passado num devaneio pungente, enquanto que "From a Lover to a Friend" olha adiante com espanto temperado pela ansiedade. Em cada uma dessas faixas, além da ligeira "Driving Rain", do sabor country de "Your Way" e do delírio de 10 minutos de "Rinse the Raindrops", o baixo de McCartney assume a direção. As melodias do baixo fazem um contraponto com seus vocais ainda maleáveis, e o groove sem fim de McCartney... well, [his groove] isn't silly at all.
Tracklist:
01) Lonely Road
02) From A Lover To a Friend
03) She's Given Up Talking
04) Driving Rain
05) I Do
06) Tiny Bubble
07) It Must Have Been Magic
08) Your Way
09) Spinning On An Axis
10) About You
11) Heather
12) Back In The Sunshine Again
13) Loving Flame
14) Riding Into Jaipur
15) Rinse The Raindrops
16) Freedom
Driving Rain é o primeiro álbum de estúdio com material inédito de Paul desde 1997, quando lançou "Flaming Pie". Duas das músicas, "Spinning on an Axis" e "Back in the Sunshine Again", foram escrits por Paul e seu filho James. Essas são as primeiras composições de McCartney & McCartney a aparecer num álbum.
No CD, tocam: Paul McCartney (vocais, baixo, guitarras, piano)
Rusty Anderson (guitarras, backing vocals)
Abe Laboriel Jr. (bateria, percussão, backing vocals)
Gabe Dixon (teclados, backing vocals)
Também partciparam das gravações: James McCartney (percussão - "Spinning on an Axis", guitarra - "Back in the Sunshine Again")
Ralph Morrison (violino - "Heather")
David Campbell, Matt Funes, Joel Derouin, Larry Corbett (quarteto de cordas - "Loving Flame")
Todas as faixas foram compostas por Paul McCartney, com exceção das duas que compôs com seu filho James. A produção é de David Kahne e Paul McCartney.
Resenha publicada originalmente no site da revista Rolling Stone