sexta-feira, 6 de dezembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes, a maior coleção de gravações raras de John Lennon


Um Breve Histórico
Quando o ex-beatle John Lennon morreu em dezembro de 1980, uma das questões que mais perturbava seus fãs dizia respeito à sua produção musical. Afinal, após Double Fantasy não ouviria-se mais nada de novo de John? Nos círculos mais restritos dos beatlemaníacos sabia-se que Lennon, apesar de Ter se auto exilado durante cinco anos do show biz, não havia parado de gravar , quer fosse de maneira profissional, quer fosse através de prosaicas gravações caseiras. Nos anos que se seguiram, sua viúva Yoko Ono começaria a responder ao público com o lançamento dos discos Milk and Honey, Menlove Ave e Live in New York City. Porém, e a medida que o tempo ia passando tinha-se cada vez mais a certeza de que muito material ainda estava guardado nos arquivos de Yoko.

Em janeiro de 1988 enfim, as dúvidas e anseios de toda a comunidade beatlemaníaca começou a ser satisfeita e de uma forma absolutamente inesperada. Naquele mês, Yoko Ono abriu suas caixas e através de uma série de programas radiofônicos liberou para o mundo mais de 300 horas de gravações de John Lennon ai incluidos, versões alternativas de seus clássicos, entrevistas e músicas inéditas. As negociações para a liberação do material datam ainda do final do ano de 1987 quando Yoko entregou a Westwood One's, uma agência americana de comercialização de programas , os tapes contendo uma absurda quantidade de material inédito. Sobre sua iniciativa explica Yoko Ono: " Depois do que aconteceu em 1980 eu fiquei arruinada e só tinha vontade de sofrer a minha dor. Mas John e eu éramos parceiros e então, decidi lançar um pouco de seu trabalho a cada ano. E assim foi feito.

Mas, com o lançamento do último disco "Menlove Ave", eu descobri que não possuía mais qualquer trabalho finalizado em estúdio, embora ainda existisse uma grande quantidade de material, até mesmo cassetes que John gravou em casa. Eu tive de escolher entre guardar essas coisas no meu cofre para sempre ou reparti-las com as pessoas. Eu quis dividir isso com elas porque acredito que as músicas de John pertencem ao mundo. Mas eu não sabia como fazê-lo. A minha impressão é de que se eu gravasse em disco um som não-profissional , ele ficaria exposto à crítica e eu não poderia fazer isso ao John. Eu precisava de uma outra mídia e foi ai que eu pensei no rádio. Mas existia um outro problema: apesar de eu Ter ouvido as fitas quando preparei "Milk and Honey" , Live in New York City e Menlove Ave, eu não teria mais "coração" para ouvir centenas de fitas arquivadas. Então confiei a Elliot Montz essa tarefa e, quando começamos a discutir a série com Norman Pattiz ( Presidente da Westwood), tudo ficou claro".

A série The Lost Lennon Tapes começou a ser veiculada pela Westwood One no dia 18 de janeiro de 1988 e foi inicialmente planejada para durar um ano. Devido a enorme quantidade de material, traduziu-se ao final em 218 programas de aproximadamente uma hora de duração , permanecendo no ar semanalmente até 23 de março de 1992, ancorada por Elliot Mintz, amigo de longa data dos Lennon.

O que foi a Lost Lennon Tapes
Durante todo o tempo em que permaneceu no ar, a série "The Lost Lennon Tapes" deu ao mundo a chance de pela primeira vez conhecer uma faceta de John Lennon até então pouco explorada. Quando dá-se início a audição do material o que se percebe logo de imediato nas inúmeras horas de gravação é um Lennon espontâneo, às vezes crítico, mordaz, às vezes extremamente bem humorado e gentil com os que estavam a sua volta. Nos 218 programas foram apresentadas entrevistas, ensaios, performances ao vivo, outtakes de músicas que cobrem toda sua carreira solo ( e algumas gravações dos Beatles) e performances caseiras.

Um fato extremamente importante a se dizer sobre a série é que, após sua veiculação assistiu-se nos anos seguintes a uma verdadeira profusão de discos piratas contendo gravações de Lennon. Com a era do CD já plenamente estabelecida pode-se afirmar sem exagero que 90% de todos os discos piratas contendo músicas de John Lennon tomou como base a série Lost Lennon Tapes. Os selos piratas tiveram apenas o trabalho de organizar o material , ou seja, buscava-se na Lost Lennon Tapes gravações alternativas por exemplo, para as músicas do disco Mind Games e se lançava um CD chamado " The Alternate Mind Games" , ou extraia-se da série outtakes do disco Double Fantasy e se colocava no mercado discos e mais discos enfocando o material. Tal prática, além de alavancar o mercado de discos piratas fez, é claro, a alegria dos fãs de John.

Registra-se aqui também um fato curioso: quando começou a ser veiculada , os produtores da série haviam escutado apenas uma parte de todo o material. Ensaiou-se até, fazer-se sua audição de forma cronológica. No entanto, com o sucesso dos programas e a quantidade de fitas para serem ouvidas abandonou-se a idéia e o material passou a ser executado de forma totalmente aleatória fazendo com que em um mesmo programa pudessem ser ouvidos takes alternativos de músicas dos Beatles e, logo após, outtakes do disco Double Fantasy.

Beatles Brasil
O site thebeatles.com.br vem se firmando ao longo dos anos como uma verdadeira biblioteca beatle virtual. Longe de propósitos comerciais, entrou no cenário beatle nacional pela contramão, ou seja, ao contrário de espaços onde prevalece o comércio de material envolvendo os Beatles em detrimento da informação, a página BeatlesBrasil faz exatamente o oposto, buscando acima de tudo informar tanto os novos fãs dos Beatles como aumentar o leque de opções daqueles que sempre querem saber mais. É com esse espírito que, após terminarmos toda a série dos Beatles 30 Days, que buscou proporcionar os fãs uma visão mais acurada do que foi o projeto Get Bck/Let It Be , que damos início a partir de agora à um novo projeto: explicar, comentar, adentrar, enfim, levar os fãs dos Beatles e em especial de John Lennon para dentro dos estúdios onde o ex-beatle gravou suas músicas, nos utilizando para isso da série The Lost Lennon Tapes.

Ressaltam-se aqui alguns pontos importantes. De início, há que se dizer que data do começo dos anos 90 os primeiros registros em discos piratas trazendo exclusivamente o material veiculado da Lost Lennon Tapes. Vários selos alternativos entregaram-se a esta tarefa como por exemplo o Bag que, em 29 álbuns de vinil e 6 álbuns duplos trouxe a tona quase toda a parte musical da série. Registra-se também, investidas na mesma direção do selo Vigotone que chegou a lançar alguns poucos discos com o material. De todos, porém, o selo Walrus foi o que trouxe aos fãs os registros mais completos da Lost Lennon Tapes. O walrus lançou a partir de 1997 , nada menos que 11 álbuns duplos (22 CDs), todos com pouco menos de 80 minutos de duração. Pode-se dizer com segurança que tudo o que existe lançado em matéria de pirataria envolvendo a série The Lost Lennon Tapes está presente nestes 11 álbuns duplos. O material impressiona sob vários aspectos. Inicialmente chama a atenção a qualidade de som das faixas que, ainda quando retiradas de vinil estão com sonoridade perfeita. Outro fator positivo são as capas e contracapas, todas com fotos sensacionais de John e trazendo explicações sobre cada take. Por fim, vale repetir o que dissemos no começo, ou seja, 90% de todos os discos piratas já lançados no mercado com material de John traziam outtakes extraídos da série Lost Lennon Tapes estando, pois, a grande maioria dessa versões presentes nessa série de Cd's do selo Walrus. Reside nesta explicação, pois, o fato de havermos decidido por conseguir esta série para que pudéssemos tornar possível nosso comentário à The Lost Lennon Tapes.

Durante os próximos meses, comentaremos cada disco, cada faixa, cada sessão de gravação de John, fazendo o necessário para sempre darmos ao leitor o maior número de informações que pudermos obter.

Um comentário mais profundo à The Lost Lennon Tapes já estava em nossos planos há algum tempo. No entanto, escolhemos o mês de outubro de 2002 para darmos início a realização desse projeto primeiramente por ser nesta data que Lennon completaria seus 62 anos de idade. Em seguida por somente agora nos sentirmos preparados para oferecer ao leitor e fã dos Beatles uma explanação mais abrangente de toda a série e, por último pelo ano de 2002 marcar os dez anos em que o último programa da série foi ao ar. Se seremos bem ou mal sucedidos em nossa modesta intenção, deixamos ao castro dos leitores. Contudo, e disto fiquem certos, estaremos sempre procurando fazer o melhor e nunca nos esquecendo de que críticas e sugestões serão sempre bem vindas.

Ao final deixamos vocês com as palavras de Elliot Mintz, um dos produtores da série: " A música de John não foi concebida para fazer você sentir doce, piegas ou adorável o tempo todo. Por isso, as apresentações da Los Lennon Tapes não serão um rock and roll muzak. Também não será voyeurístico. O que queremos apresentar é uma celebração de quem John Lennon foi, um retrato dele sem lágrimas."
Por Vladimir Araújo

quinta-feira, 5 de dezembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 01 e 02

Como já dissemos no texto de apresentação à série Lost Lennon Tapes, os primeiros registros piratas da série deram-se ainda em formato de vinil. Assim, neste primeiro álbum duplo temos o correspondente aos três primeiros vinis. No CD 1, com 26 faixas, presentes estão tanto músicas de Lennon em carreira solo quanto alguns registros de outtakes ainda feitos com os Beatles, material este veiculado quando dos primeiros programas da série. Destaque para uma versão de Rock Island Line, acústica, a até hoje inédita oficialmente John Henry, numa gravação que traz John ao piano, Surprise Surprise do disco Walls and Bridges, aqui em formato totalmente acústico, o take inicial de Goodnight Vienna e a música Power to the People sem aqueles vocais que abrem a versão oficial.

O disco 2 abre com um outtake de I'm the Greatest, destacando-se ainda o take 3 de Starting Over e a faixa 6 que traz John interpretando ao piano uma canção tradicional do folclore inglês. Também no disco, a música Julia em versão gravada em 1968 durante as sessões ocorridas em Esher, um rarotake alternativo para You Know My Name e o take 1 da música Beautiful Boy. O álbum duplo tem ótima qualidade de som, ressaltando-se que até o que foi retirado de vinil aparece aqui sem nenhum tipo de chiado. Há que se dizer ainda, que todo o material veiculado na série Lost Lennon Tapes foi extraído de fontes diferentes, ou seja, há tanto gravações profissionais, perfeitas e acabadas, quanto demos e gravações caseiras, o que empresta aos álbuns da série um tom ao mesmo tempo irregular e intimista. Qualidade de som entre 8-10.

CD1
01 Strawberry Fields Forever
02 The Happy Rish Kesh Song
03 Rock Island Line
04 John Henry
05 Surprise, Surprise
06 Keep Right On To The End...
07 Goodnight Vienna
08 Tennessee
09 God Save Oz
10 With A Little Help From...
11 Power To The People
12 Here We Go Again
13 Mucho Mungo
14 God
15 Life Begins At 40
16 Woman
17 Girls And Boys
18 Clean-up Time
19 Beautiful Boy
20 Revolution
21 Child Of Nature
22 He Said He Said
23 I'm The Greatest
24 Make Love Not War
25 How Do You Sleep
26 Daddy's Little Sunshine Boy

CD2
01 I'm The Greatest
02 The Luck Of The Irish
03 Every Man Has A Woman...
04 Starting Over
05 Promise
06 Sea Ditty / Leaning On A Lamp
07 Grow Old With Me
08 Strawberry Fields Forever
09 What A Shame Mary Jane...
10 Julia
11 Across The Universe
12 You Know My Name
13 Help!
14 Whatever Gets You Thru...
15 We Must Not Forget The...
16 The Wumberlog
16 Dear John
17 Whatever Happend To
18 Cookin In The Kitchen Of Love
19 Peggy Sue
20 Watching The Wheels
21 Watching The Wheels
22 I'm Losing You
23 Beautiful Boy
24 Cleanup Time
25 One-To-One Promo outtake

quarta-feira, 4 de dezembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 03 e 04

A série continua com o primeiro disco do álbum duplo trazendo versões demo para Brown Eyed Hansome Man, gravado em 1968, Dear Prudence e Good Morning, Good Morning.

Presente também, um take interessantíssimo no qual John canta em forma de medley as músicas Beyond the Sea/Blue Moon/Young Love. Ainda no CD 1, outtakes quase embrionários para God Save Oz e Rock'n Roll People. O disco 2 abre com ensaios para a faixa Starting Over e uma versão para Maggie Mae gravada no Hit Factory Studios entre 1979 e 1980, seguindo-se três raras versões para as músicas Rock'n Roll People, Sweet Little Sixteen e You Can't Catch Me, todas das sessões com Phil Spector entre 74/75. Este CD duplo do selo Walrus, abrange o material lançado nos LP's 4,5,6 e 7 da série. No entanto, a qualidade aqui é bem melhor. Qualidade de som entre 9-10

CD1
01 Revolution
02 Power To The People
03 Attica State
04 The Luck Of The Irish
05 John Sinclair
06 I'm A Man
07 'Twas A Night Like Ethel Merman
08 Medley: Beyond The Sea/ Blue Moon/ Young Love
09 Clean Up Time
10 Good Morning, Good Morning
11 Everybody's Got Something To Hide Except Me And My Monkey
12 Everyone Had A Hard Year
13 Brown-Eyed Handsome Man
14 Serve Yourself
15 Lord, Take This Make-Up Off Me
16 The News Of The Day (From Reuters)
17 Dear Prudence
18 Jealous Guy
19 God Save Oz
20 Rock And Roll People
21 Rock Island Line
22 Real Life
23 My Life (Take #1)
24 My Life (Take #3)
25 Don't Be Crazy
26 The Worst Is Over

CD2
01 In The Studio
02 Starting Over (Vocal Booth)
03 Starting Over
04 Maggie Mae
05 Honey Don't
06 Don't Be Cruel
07 Matchbox
08 Dear Prudence
09 Cold Turkey
10 Here We Go Again (Take #2)
11 Woman
12 The Neville Club
13 Rock And Roll People
14 Not Fade Away
15 Sweet Little Sixteen
16 You Can't Catch Me
17 Mirror, Mirror (Take #1)
18 Mirror, Mirror (Take #5)
19 Mind Games
20 Cold Turkey
21 One Of The Boys
22 Tight A$
23 Studio Banter
24 Woman
25 Dear Yoko
26 I Don't Wanna Face It

terça-feira, 3 de dezembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 05 e 06

Inicialmente há que se dizer que nesse volume da série de CDs lançados pela Walrus começam a aparecer de fato as verdadeiras gemas da pirataria de John Lennon. Lembra-se que, até a primeira metade da década de 90, uma parte dos takes da Lost Lennon Tapes chegou a ser lançada em discos de vinil e até em coleções de fitas cassete. No entanto, naqueles lançamentos, o que se tinha era praticamente uma pequena amostra do material completo, e isso se confirma a partir desse volume da série, onde percebe-se o quanto de material ainda existia pra ser lançado. E sem falar da qualidade de som, pois, nessa coleção de discos da Walrus raríssimas são as gravações com chiado de vinil e ruído de fita.

Neste volume temos um passeio pela sessões dos álbuns Double Fantasy/Milk and Honey, com demos para as músicas Watching the Wheels, Steppong Out, Woman, dentre outras, todos com qualidade surpreendente. Incluídos também os raros takes acústicos feitos por John em 1971 no St. Regis Hotel, onde o ex-beatle faz versões para faixas como Peggy Sue e Maybe Baby. Nesse ponto da série foram veiculados grande parte das versões acústicas feitas pelos Beatles em Esher, no ano de 1968, presentes aqui com excelente qualidade de som. Sem dúvida alguma porém, dois dos grandes highlights desse álbum duplo fica por conta das primeiríssimas versões para as músicas Woman is the Nigger of the World e New York City. Qualidade de som entre 9-10.

Lost Lennon Tapes 05 & 06 Disc 1
01. Watching The Wheels
02. I'm Stepping Out
03. Clean-up Time
04. Woman
05. Roll Over Beethoven
06. Whola Lotta Shakin' Goin' On +
07. New York City
08. God Save Oz
09. Introduction
10. Dirty Mac Jam
11. Maurice Dupont
12. That'll Be The Day
13. Rave On
14. Not Fade Away
15. Maybe Baby
16. Heartbeat
17. Peggy Sue Got Married
18. Corrina Corrina
19. Serve Yourself
20. Best Things In Life Are Free
21. Eat The Document
22. A Nice Noise
23. Number Nine
24. Tomorrow Never Knows
25. Backwards Talk Test
26. Aerial Tour Instrumental
27. Cry Baby Cry
28. Dear Prudence
29. Sexy Sadie
Playlist length: 1 hour 15 minutes 28 seconds

Lost Lennon Tapes Vol. 05 & 06 Disc 2
01. Julia
02. Child Of Nature
03. Cont. Story Of Bungalow Bill
04. I'm So Tired
05. Yer Blues
06. Everybody's Got Something...
07. What A Shame Mary Jane...
08. Revolution
09. Imagine
10. Crippled Inside
11. It's So Hard
12. A Case Of The Blues
13. Sally And Billy
14. Sally And Billy
15. Send Me Some Lovin'
16. Woman Is The Nigger Of...
17. New York City
18. Only You
19. Down In Cuba
20. Surprise, Surprise
21. Whatever Gets You Thru...
22. Watching The Wheels
23. I'm Losing You
24. Borrowed Time
25. Tobias Casuals
26. Happy Birthday John
27. Julia

segunda-feira, 2 de dezembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 07 e 08

Chegamos ao quinto volume da série Lost Lennon Tapes e o primeiro disco Tem início com um outtake de Mother, feito durante as sessões para o disco Plastic Ono Band seguido de duas faixas só conhecidas na pirataria, Howling at the Moon e Memories, ambas em formato demo. Destaca-se ainda a demo original de Happy Xmas, vários outtakes iniciais para músicas do disco Double Fantasy e duas músicas, Mucho Mungo e Mount Elga, gravadas durante as sessões feitas por John e Harry Nilson.

O disco termina com a famosa gravação da música Stand By Me atribuída a John e Paul feita em 1974 e constando como sendo a última vez que os dois se encontraram pra cantar alguma coisa. A música era velha conhecida da pirataria quando do lançamento do disco pirata A Toot and a Snore. No segundo disco, destaque para um outtake para a faixa Yer Blues, feito durante as sessões para o projeto Rock'n Roll Circus e uma curiosa versão de How onde John canta na introdução a música People Get Ready. Ressalta-se ainda a inclusão do primeiro take da música Real Love e outtakes para três faixas do disco Imagine. Qualidade de som 9-10.

CD1: Volume 07
01 Mother Outtake 3:24
02 I Found Out Longer alternate mix 3:57
03 What'd I Say 0:37
04 How..? Outtake 3:36
05 Yellow Submarine 0:36
06 Chi-Chi's Cafe 3:28
07 Beautiful Boy Demo 2:46
08 Howling At The Moon Unreleased 1:57
09 Memories Unreleased 2:33
10 Stranger's Room Guitar & Drum machine demo 3:16
11 Everybody's Talking, Nobody's Talking 1:37
12 Nobody Told Me 3:20
13 Beautiful Boy 3:24
14 New York City Demo 2:12
15 Don't Be Cruel Jammin' with Elephant's Memory 1:29
16 Hound Dog Jammin' with Elephant's Memory 2:54
17 Send Me Some Lovin' Jam 2:33
18 I Found Out Acoustic demo 4:03
19 Happy Xmas (War Is Over)Original demo 3:15
20 John & Yoko's Happy Xmas Ditt Home recording 1:32
21 Tobias Casuals #2 1:11
22 Borrowed Time Alternate studio take 3:03
23 God Early demo2:41
24 Serve Yourself Slow and bluesy outtake 4:48
25 Imagine Studio outtake 2:55
26 Mucho Mungo Acoustic guitar/ Electric piano version 2:17
27 Mount Elga Acoustic guitar/Electric piano version 1:12
28 Gone From This Place Dakota recording 3:18
29 Stand By Me
1974 Last Beatles Gig 2:32

CD2: Volume 08
01 The Great Wok 1979 New Year's resolutions 2:01
02 Yer Blues Rock 'n' Roll circus rehearsal 1:30
03 I Found Out (Take #2) Demo 3:23
04 Oh YokoDemos 0:55
05 People Get Ready/How.. ?Demo 3:01
06 Pill Recorded at John & Yoko's Greenwish village home at 105 Bank Street. The pill referred to is methadone, the substance that John had to use to combat his heroin addiction 1:40
07 Out Of The Blue Basic track with rough vocals, no instrument overdubs and longer time than the released take 4:16
08 #9 Dream Demo
09 Tobias Casuals #3 John is guest disc jockey to promote his album Dyslexics should appreciate this particular Tobias Sportswear ad .1:04
10 John Henry Dakota demo 1:02
11 She Is A Friend Of Dorothy Dakota demo (piano)2:37
12 Real Love (Take #1 - Dakota demo - piano)3:56
13 Dear Yoko Rough take - unfinished version 3:09
14 Just Like Starting Over Longer fade-out 4:19
15 The Return Of Maurice Depont 2:45
16 Wedding Album Commercial 0:16
17 Stay In Bed (Grow Your Hair)0:47
18 Because Pure harmonies, no instruments 2:15
19 Oh Yoko! Imagine outtake 5:52
20 Grapefruit Excerpts Yoko's book; alternate Imagine take appears after book reading 6:19
21 Imagine Alternate take 2:48
22 Give Me Some Truth Tittenhurst Studio outtake 3:41
23 How Alternate take 19713:43
24 San Francisco Bay Blues Acoustic guitar 1:18
25 Oh My LoveTittenhurst studio outtake2:26
26 How Do You Sleep, Ya Cunt!? Anti-McCartney dia tribe 5:54
27 Tobias Casuals Sportswear #4 1:13
28 Stand By Me 1974 Last Beatles Gig 3:48

domingo, 1 de dezembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 09 e 10

Este volume, mantendo a ótima qualidade sonora que caracteriza toda a série Lost Lennon Tapes, traz, como os outros álbuns, uma mescla de várias fases da carreira de Lennon. O primeiro disco abre com um take de mais de cinco minutos para a faixa "Stepping Out", gravada logo no início das sessões para os álbuns Double Fantasy/Milk and Honey. Ressalta-se ainda, o take de "Mother" feito com uma guitarra com efeito de trêmulo, o take 2 de "I'm the Greatest", com uma introdução onde John explica que a faixa será gravada por Ringo e o segundo take de "Move Over Ms. L.".

Chama a atenção também, a inclusão de um comercial de rádio gravado por Ringo Starr para promover o disco Mind Games. No disco 2, outro comercial feito para rádio, onde Ringo promove o disco Walls and Bridges. No segundo disco ainda, o primeiríssimo take, somente ao piano, da música "Watching the Wheels", ainda intitulada "I'm Crazy". Presentes também, uma sensacional versão acústica para a música "Surprise Surprise" e, talvez, o grande highlight desse volume da série, um take de nada menos que 06 minutos, ao piano, da faixa "I'm Loosing You", aqui com o título inicial de "Stranger's Room".

CD1: Volume 09
01 I'm Stepping Out Alternate version Double Fantasy sessions - 1st day 5:35
02 I'm The Greatest take #2 2:15
03 Move Over Ms. L Early May Pang demo 1:34
04 Bring On The Lucie (Freeda People) Riff fragment 1971-1972 1:02
05 Bring On The Lucie (Freeda People) Rough mix of nearly completed track 4:02
06 No. 9 Dream Earliest demo 2:10
07 People demo for Angela 1:57
08 Luck Of The Irish Early attempt - unfinished lyrics 0:54
09 Luck Of The Irish More polished version 1:42
10 Only People Rough mix 2:39
11 Rock And Roll People Alternate take 2:41
12 Mind Games - Promo Ringo, giving John help for a radio spot 0:59
13 Forgive Me (My Little Flower Princess) Dakota demo take #3 3:25
14 Tower Records Spot KHJ-AM L.A. Guest appearance 1:02
15 I Don't Want To Be A Soldier Mama Imagine sessions '71, 1st pass 5:49
16 How Do You Sleep Rehearsal 4:24
17 Well (Baby Please Don't Go) Old Olympics B-side 6:03
18 Move Over Ms. L Second demo 1:56
19 Tobias Casuals #5 KHJ-AM Los Angeles 1:16
20 Clean Up Time Demo Double Fantasy - Dakota piano version 3:30
21 Forgive Me (My Little Flower Princess) Alternate with studio talk 3:43
22 Mother Elec. guitar demo, '70, heavy tremelo sound 4:39
23 I'm Stepping Out Double tracked guitar demo - overdubbed 4:36
24 Only The Lonely Overdub version 4:48
25 Radio Free London/Oz Magazine Message 3:29
26 Rip It Up/Ready Teddy Rough mix 1:41

CD2: Volume 10
01 I'm Crazy Take one - 2nd batch 4:10
02 Beautiful Boy Double tracked guitar demo - overdubbed 4:04
03 Wall And Bridges - Promo Ringo promotes John's '74 LP, Walls and Bridges 1:02
04 Stranger's Room Piano demo for "I'm Losing You" 6:02
05 Woman Double tracked guitar demo 4:48
06 I'm Losing You Rough mix 3:57
07 Mainman, Bring Me No More Blues Acoustic B. Holly song 2:35
08 Peggy Sue Unreleased rough mix 2:06
09 Cold Turkey Acoustic demo - take one 3:56
10 Dear Yoko Acoustic demo - take 2 & 3 5:19
11 Bless You Rehearsal, diff. from Menlove av. 3:53
12 Move Over Ms. L Hard rocking rough mix - take 3 2:47
13 Living On Borrowed Time Bermuda demo 5:00
14 Don't Let Me Down Late '68 home demo 2:58
15 Oh, My Love Rough mix 2:53
16 Jealous Guy Rough mix 4:14
17 Surprise, Surprise Acoustic demo 3:02
18 Gone From This Place Take #4 3:20
19 Living On Borrowed Time 1980 - talk version 6:00
20 Michael Lindsey Hogg Talks With Lennon Dec 11, '6 - Rock'n'Roll Circus 0:37
21 Yer Blues Mick Jagger & John Lennon 0:41
22 Yer Blues Almost Instrumental 4:03
23 Don't Let Me Down Second home demo 2:11

sábado, 30 de novembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 11 e 12

O CD duplo com o volume 11/12 da série, traz a grande maioria dos takes centrados nos anos de 1970 a 1975 da carreira de Lennon. No primeiro disco, outtakes para faixas como How Do You Sleep e I Know, aqui com diferenças nos vocais. Love aparece numa versão demo com John usando o efeito tremolo na guitarra.

Presentes ainda, uma das mais belas versões já gravadas por John para o clássico Be My Baby, de Phil Spector. O segundo Cd chama atenção pela versão acustica para Woman is the Nigger of the World e pela inédita When a Boy Meets a Girl. How é trazida numa versão somente ao piano e God aparece em home demo. Qualidade de som entre 8-10.

CD1: Volume 11
01 Just Gotta Give Me Some Rock 'N' Roll/Shoeshine Early version of Meat City
02 How Do You Sleep?
03 I Know
04 Power To The People Ragged take "Raggae Version"
05 Love Guitar demo
06 Out Of The Blue Rough mix, an early guide vocal
07 Bony Moronie Rock & Roll album session
08 Be My Baby Rock & Roll album session
09 Power To The People Alternate take, almost finished
10 Oh Yoko Tittenhurst Park home studio outtake
11 What You Got Acoustic demo
12 Real Love Take #4, acoustic demo
13 Woman 1980 Double Fantasy sessions
14 Cookin' (In The Kitchen Of Love) Piano demo for Ringo
15 Free As A Bird Piano demo
16 Intuition Composing demo
17 Intuition Rough mix
18 Call My Name Mid 1971 incomplete demo
19 Call My Name Complete demo
20 Aisumasen (I'm Sorry)
21 One Of The Boys Demo
22 L.O.V.E. Remix

CD1: Volume 12
01 Honey Don't "Clock" sound track
02 Glad All Over "Clock" sound track
03 Lend Me Your Comb "Clock" sound track
04 Duane Eddy Jam Acoustic lick version
05 No. 9 Dream Second, more polished demo
06 12 Bar Original Instrumental Rubber Soul outtake, acetate version
07 Well Well Well Demo
08 Well Well Well Take #4, acetate version
09 He Got The Blues Acoustic Lennon original
10 Look At Me During White Album, acoustic demo
11 My Mummy's Dead Take 2
12 Real Life Piano demo, take 2
13 Woman Is The Nigger Of The World Acoustic demo
14 Cold Turkey Acoustic demo, take 3
15 I'm Stepping Out Take one
16 Watching The Wheels Electric "Blues" style demo
17 Run For Your Life Tantilizing abbreviated mix
18 The Maharishi Song Home recording June '68
19 Julia Home demo take #2
20 When A Boy Meets A Girl
21 God
22 Look At Me Alternate mix
23 Oh! Yoko Acoustic demo
24 How?
25 Imagine Complete solo piano take
26 Jam Imagine sessions
27 How Do You Sleep? Early run-through, John sings an octave lower
28 Oh My Love Alternate mix

sexta-feira, 29 de novembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 13 e 14

Esse volume é um dos mais indicados para aqueles fãs de Lennon que querem entrar de forma um pouco mais profunda no processo de criação do ex-beatle. No CD 1, uma versão de mais de seis minutos para Serve Yourself onde John muda a letra várias vezes e tenta, ao piano trabalhar a melodia . Um pouco mais a frente, um take de 11min. e 33 seg. para a música Beautiful Boy, com Lennon trabalhando letra e melodia da canção.

Ainda no primeiro disco, demo para Cookin in the Kitchen of Love ( que ele daria para Ringo Starr) e Watching the Wheels numa versão que ficou conhecida por sua levada, como "blues demo version" . Ne segundo CD, várias versões para Give Peace a Chance, algumas gravadas durante o bed-in, mix alternativos para Dear Yoko, Watching the Wheels e Cleanup Time, além da inédita Illusions. Qualidade de som entre 8-10.

CD1: Volume 13
01 Imagine altern. mix
02 J.J. St. Regis Hotel, 1972, early Angela version
03 Attica State acoustic demo
04 Woman Is The Nigger Of The World altern. version
05 Sweet Little Sixteen altern. take
06 Bless You early rehearsal, rougher than found on "Something Precious And Rare"
07 Many Rivers To Cross home recording
08 Cookin' (In The Kitchen Of Love) demo
09 My Life demo for later called "Starting Over"
10 I Watch Your Face demo for later called "Starting Over"
11 Serve Yourself piano demo for "Starting Over"
12 The Worst Is Over home demo from the "Dakota Daddy Days"
13 Watching The Wheels blues demo version
14 Beautiful Boy extended composing tape with the lyrics as they appear on the finished version taking shape
15 I Don't Want To Face it take #1 acoustic demo
16 Medley: Beautiful Boy/ Howling At The Moon/ Dakota Rap/ Across The River medley set to the beat of John's drum machine 17 Real Love take #5 acoustic demo, altern. take
18 Beautiful Boy take #2 of the "Fritz and Heinz" series
19 Stepping Out alternate take

CD1: Volume 14
01 Cleanup Time rehearsal version with John directing the studio musicians
02 Beautiful Boy alternate mix
03 Watching The Wheels
04 Dear Yoko
05 Cleanup Time
06 You Saved My Soul post Double Fantasy demo
07 Illusions
08 He Said ... He Said composing tape 1966 "She Said, She Said"
09 She Said ... She Said demo with finished lyrics
10 Yer Blues take #1 of Rolling Stones film 12-11-68, Clapton, Richards, Mitchell backing up John
11 Oh.. My Love
12 Oh .. My Love early demos with preliminary lyrics referring to Yoko's miscarriage
13 Because
14 Happiness Is A Warm Gun
15 Give Peace A Chance #1
15 Canadian bed-in recordings; King Edward Hotel, Toronto; May 25th
16 Give Peace A Chance #2 June 1st; Queen Elisabetz Hotel, suite 1742, Montreal. Early rehearsal
17 Give Peace A Chance #3 later rehearsal
18 Give Peace A Chance #4 soundtrack of documentary film
19 Give Peace A Chance #5 a brief version of undetermined origin
20 God acoustic demo
21 My Mummy's Dead rough mix of the track that closes the Plastic Ono Band album
22 It's So Hard June 4th 1971; King Curtis joins John. On this track John explains what he wants on the track followed by an early overdub pass
23 Come Together 1972, one-to-one rehearsal
24 Honky Tonk Blues 1972, one-to-one rehearsal
25 I Know 1973, Mind Games LP; take #3 of a series of acoustic demos
26 Rock 'N' Roll People 1973, Mind Games LP; rough mix of take #7
27 Only People 1973; Mind Games LP; rough mix of take #7
28 Whatever Gets You Through The Night June 1974, acoustic demo

quinta-feira, 28 de novembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 15 e 16


CD1: Volume 15
Esse primeiro disco dos volumes 15/16 da série, é dedicado quase que totalmente, a outtakes para o disco Double Fantasy. Destaque para os takes, ao piano de Watching the Wheels e Serve Yourself.

01 Steel And GlassWalls and Bridges eight-track version/extended fade-out5:11
02 Beef JerkyWalls and Bridges eight-track version3:18
03 You Saved My SoulNov. '80 electric guitar demo1:29
04 Serve YourselfEarly '80 piano demo8:25
05 MemoriesTake one - evolved version of Tennessee - see Lost Lennon vol. 18:24
06 Real LifePiano demo number two, '773:18
07 Watching The WheelsPiano version mid '80 3:15
08 Don't Be CrazyPiano version mid '80 - later evolved into Starting Over3:09
09 WomanBermuda demo - June '802:43
10 (Just Like) Starting Over

Soon after, back at the Dakota in late July or early Aug., John would combine the best elements of My Life/Don't Be Crazy/The Worst Is Over into Starting Over, represented here by an acoustic demo4:14

11 I Don't Want To Face It Early guitar demo - recorded at the Dakota late '770:43
12 Nobody Told MeDouble tracked demo - Summer '803:13
13 Real Lovewritten for unrelized Broadway musical "Balla of John & Yoko"; piano demo3:09
14 I'm Losing You

Abandones early studio version feat. Rick Nielson & Bun E. Carlos of Cheap Trick -July/Aug. '804:20


15 Beautiful Boytake one from the vocal booth recorded at Hit Factory New York, Aug. '80 for Double Fantasy LP7:23
16 Nobody Told Me take one from the vocal booth3:59
17 Clean Up Time Rough mix of the backing track - take 74:35
18 (Just Like) Starting Over Rough mix, lacking many of the annoying overdubs that detract from the album version 3:58
19 If I FellJohn's '63 composing tape. Beatles chauffeur All Bicknell sold this tape at Sotheby's3:59
20 I Sat Belonely 0:43
21 Foyle's Speech0:04

CD2: Volume 16
Nesse segundo disco, além de vários outtakes para faixas dos albuns Mind Games/ Walls and Bridges, destaque para a famosa reggae version de Power to the People, um interessante mix para I’m the Greatest e uma rara curiosidade: John fazendo papel de DJ numa rádio AM de Los Angeles para promover seu disco Walls and Bridges.

01 National Health Cow Speech held to honor him for his first book "In his own write"0:32
02 Strawberry Fields Forever Home demo2:36
03 Get It TogetherPeace message from John and Yoko in London '691:57
04 Happy X-Mas (War Is Over)Different mix - overdubbed Harlem Choir 3:20
05 Power To The People Early Reggae version1:22
06 Don't Be Cruel/Hound Dog72 - One to one rehearsal sessions with Elephant's memory4:17
07 I'm The Greatest Rough mix of Ringo's version found in the Lennon archives3:11
08 I Know'73 - Mind Games - acoustic demo 3:16
09 Rock And Roll People Piano demo3:26
10 Meat City Take 1 electric guitar demo2:34
11 Meat City Take 2 electric guitar demo3:28
12 Meat City Alternate mix2:29
13 One Day At A Time Alternate mix3:17
14 Only People Alternate mix2:54
15 Tight A$ Alternate mix - Mind Games4:16
16 You Are Here Alternate mix - Mind games4:37
17 Going Down On Love Acoustic demo, '744:08
18 No. 9 Dream Monitor mix of an early version4:40
19 Whatever Gets You Through The Night Quadraphonic 8-track mix3:20
20 Surprise Surprise (Sweet Bird Of Paradise)Quadraphonic 8-track mix2:35
21 John On KHJ-AM Los Angeles to promote "Walls and Bridges", John appears as a DJ1:06
22 Do You Wanna Dance Monitor mix of alternate take3:05
23 You Can't Catch Me Alternate take Rock and Roll sessions 3:33
24 Free As A Bird Take #3; John's husband years '75-'792:42

quarta-feira, 27 de novembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 17 e 18



CD1: Volume 17
Do disco 1 dos volumes 17/18 da série Lost Lennon Tapes destacam-se um demo de Starting Over liberado por Yoko Ono pela primeira vez para essa série, covers de John para Dream Lover/ Stay, o take # 8 de I’m Stepping Out e a inclusão de parte das gravações Lost Diary Tape, garvado em setembro de 1979.

01 Serve Yourself another take of Lennon's Dylan parody 5:15
02 She'll Be Comin' 'Round The Mountain traditional American folk song1:01
03 She Run Them 'Round In Circles/ Beautiful Boy medley of 2 Lennon originals5:38
04 Memories/ Watching The Wheels medley of 2 Lennon originals4:18
05 Stranger's Room demox XB3 #1, early version of "I'm losing you"3:51
06 Woman acoustic demo - false start - take #40:30
07 Woman complete acoustic demo - take 93:53
08 I'm Stepping Out demo - take #11:42
09 I'm Stepping Out demo - take #36:14
10 (Just Like) Starting Overd emo, never aired - exclusive to this series3:43
11 Dream Lover/ Stay jammin' on two favorite oldies3:41
12 Clean Up Timevocal overdubs0:55
13 Beautiful Boyvocal overdubs2:03
14 Watching The Wheels vocal overdubs4:41
15 Borrowed Time rough mix4:08
16 I'm Stepping Out unreleased take #85:01
17 Womanrough mix3:08
18 Lennon's Lost Diary Tape exclusive to this series - September 5th, 1979 13:36

CD2: Volume 18
Pra quem ainda duvida que a Lost Lennon Tapes é mesmo uma série impar, veja só o que traz esse CD. Nada menos que um outtake para faixas do Two Virgins!! No mais, demo versions para faixas do álbum Imagine , Mind Games e Walls and Bridges onde John na versão para Steel and Glass canta um verso extra, não aproveitado na versão oficial da música.

01 It's Not Too Bad embryonic versions of Strawberry Fields, Spain 19663:29
02 She Can Talk To Me early Piano demo of Hey Bulldog0:46
03 Cry Baby Cry early piano and electric guitar demo fragments3:23
04 Two Virgins Outtake May 1968, John and Yoko playing around in their Surrey homestudio1:47
05 Plastic Ono Band Jamsen dup fifties rockabilly1:39
06 Look At MePOB-sessions - alternate vocals2:52
07 I'm The Greatest dec. 1970 - piano demo0:37
08 How?/ Child Of Nature/ Oh Yoko!medley - piano demo4:25
09 Oh Yoko!piano demo3:23
10 Sally And Billysong from 1970, he would return to 6 years later2:03
11 Come TogetherAugust 1972 "One to One" rehearsals1:47
12 Happy GirlYoko's call and response song1:10
13 I'll Make You HappyJohn's call and response song - lyrcis borrowed from ColdTurkey3:56
14 How Do You Sleep? July 1971, session rehearsal3:45
15 It's So Hard run-through from the King Curtis sax overdub sessions4:44
16 I Don't Wanna Be A Soldier, I Don't WannaDierun-through from the King Curtis sax overdub sessions4:34
17 Intuition take #4 of a series of piano demos3:04
18 I Know take #2 of a series of guitar demos3:00
19 I Know alternate mix of the finished song3:43
20 Aisumasen (I'm Sorry)near-final mix/ great dual lead guitar work 4:00
21 Steel And Glasdark piano version, featuring extra lyrics1:44
22 Walls And Bridges RundownCanadian radio station promo-spot1:56
23 Mirror Mirror On The WallFall-1977 take #2 of the piano demos4:34
24 Memorieshome demo - 1796. John's house-husband years, recording guitar over an earlier piano demo6:03

terça-feira, 26 de novembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 19 e 20

Penúltimo volume da série Lost Lennon Tapes. O disco 1 é quase totalmente dedicado a demos feitos por Lennon durante a década de 70. É o caso das músicas Tenesse, Sally and Billy, The Boat Song e JJ. Chama a atenção ainda, ensaios para várias faixas do disco Double Fantasy. No disco 2, destaque para mixes diferentes feitos para as sessões do álbum Mind Games, uma versão demo para Serve Yourself e o take 1 de Stepping Out.

CD1: Volume 19
01 Tennessee 1976
02 Sally And Billy 1976
03 She Is A Friend Of Dorothy's NY slang for a lesbian, polished song from 1977
04 The Boat Song nautical (theme)
05 Pedro The Fisherman another nautical (theme)
06 Many Rivers To Cross, PT.2 - My Girl John doodling on the old Motown song
07 Instrumental 1979 Great work himself in 1979
08 I'm Stepping Out incomplete take (Double Fantasy), August 1980
09 Dear Yoko another incomplete take, interrupted by John breaking a string
10 Woman rehearsal stage
11 Woman John recording his vocals
12 Woman John adding the whispered intro
13 Clean Up Time rehearsal followed by the studio doodle, "Let's Get Peculiar"
14 Nobody Told Me different take - Milk and Honey
15 I Am The Walrus/Watching The Wheels rehearsal take
16 Woman instrumental - guitar overdub
17 Woman alternate take with interesting backing vocals
18 Living On Borrowed Time early take alternate take, followed by some studio talk
20 Imagine alt. vocals
21 How Do You Sleep? breakdown
22 J.J. acoustic
23 Rock Island Line/ Maybe Baby/ Peggy Sue St. Regis Hotel
24 I'm Ready To Sing For The World

CD2: Volume 20
01Out The Blue rough mix
02 Old Dirt Road alt. take
03 Steel And Glass alt. take
04 Whatever Gets You Through The Night rough mix
05 Rock 'N' Roll Radio Spot Old Grey Whistle Test
06 Stand By Me Old Grey Whistle Test
07 Serve Yourself piano demo
08 Everybody piano demo
09 Everybody/ Nobody Told Me demo with overdubs
10 Nobody Told Me take 2
11 Falling In Love Again acoustic demo
12 Cathy's Clown early take
13 You Send Me early take
14 Real Love demo
15 My Life piano version
16 My Life acoustic guitar
17 Dear Yoko composing runthrough
18 I'm Stepping Out take 1 overdub
19 I Don't Wanna Face It rough mix
20 Watching The Wheels session tape
21 Beautiful Boy alt.
22 Interview ... More Popular Than Jesus
23 Interview ... John's Book

segunda-feira, 25 de novembro de 2002

The Complete Lost Lennon Tapes 21 e 22

No primeiro disco do album duplo (último da série), temos os primeiros takes feitos para I'm Stepping Out e algumas apresentações de Lennon para programas de TV como David Frost e Mike Douglas Show. No entanto, a série fecha com chave de ouro mesmo no disco 2. No dia 31 de agosto de 1971, Lennon e Yoko deixam a Inglaterra e passam a morar definitivamente em Nova York, mais precisamente no 12º. andar do St. Regis Hotel, apartamentos 1701,1702 e 1703. Já em setembro, gravam no próprio hotel, a trilha sonora, composta de takes acústicos, que seria utilizada no filme Clock, que viria a ser exibido um mês depois durante a performance This is Not Here, de Yoko Ono.

Da faixa 1 à faixa 13, o raro registro dessa sessão. Temos aqui John Lennon num quarto de hotel interpretando faixas como Honey Don’t, Peggy Sue e Maybe Baby sem nenhum ensaio e preocupação com arranjos num dos momentos mais intimistas já gravados do ex-beatle. Um mês depois dessas gravações, no dia 09/10/1971, acontece a exposição de Yoko. John estava completando 31 anos de idade e, após o evento, ocorrido no Everson Museum, ele, Yoko, Ringo Starr e sua então esposa Maureen, Phil Spector, o poeta Allen Ginsberg, Kluas Voorman, Jim Keltner e alguns dizem que também Eric Clapton, dirigem-se para o Syracuse Hotel e ocupando todo o sétimo andar do prédio, fazem uma improvisada festa de aniversário para John.

O resultado é uma sessão onde aconteceu de tudo um pouco, até música. Da faixa 14 à 34 desse disco, o registro das várias músicas “cantadas” durante a festa, misturadas a muito barulho, risadas e conversas. Musicalmente o resultado, até pela forma inusitada como foi gravado, é pobre mas, sem dúvida alguma, uma gema da história de um dos Beatles.

CD1: Volume 21
01 I'm Stepping Out - DF sessions, several breakdowns & complete take
02 I'm Stepping Out - DF sessions, dinner orders & complete take
03 I'm Stepping Out - DF sessions, several breakdwons & complete take
04 Living On Borrowed Time - John working out the arrangement
05 Living On Borrowed Time - aborted take
06 Living On Borrowed Time - Breakdowns with acoustic guitar overdubs
07 (Just Like) Starting Over - Off line monitor mix
08 (Just Like) Starting Over - Rough mix of the basic track
09 John Sinclair - TVDavid Frost Show16 Dec 1971TV.711016.05
10 It's So Hard TVMike Douglas Show
11 The Luck Of The Irish TVMike Douglas Show
12 Sisters O Sisters TVMike Douglas Show
13 We're All Water TV Dick Cavett Show
14 Woman Is The Nigger Of The World TVDick Cavett Show

CD2: Volume 22
01 Aisumasen (I'm Sorry) - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
02 Honey Don't - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
03 Glad All Over - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
04 Lend Me Your Comb - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
05 Wake Up Little Susie - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
06 You're So Square - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
07 Vacation Just Began - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
08.Heartbeat - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
09.Peggy Sue Got Married - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
10.Peggy Sue - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
11.Maybe Baby - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
12.Mailman, Bring Me No More - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
13.Rave On - St Regis Hotel, NYC, Sep 1971 for the film "Clock".
14.What'd I Say - Jam 9 Oct 1971 John's 31st birthday party
15.Yellow Submarine - Jam 9 Oct 1971 John's 31st birthday party
16.Old Smokey Mountain - 9 Oct 1971 John's 31st birthday party
17.Good Night Irene - Jam9 Oct 1971 John's 31st birthday party
18.He's Got The Whole World In His Hands 9 Oct 1971 John's 31st birthday party
19.(Medley)
Like A Rolling Stone 9 Oct 1971
John's 31st birthday party
Twist And Shout
Louie Louie
La Bamba
20.Bring It On Home To Me - 9 Oct 1971 John's 31st birthday party
21.Yesterday - 9 Oct 1971
22.Tandoori Chicken - 9 Oct 1971 23.Power To The People
24.Maybe Baby
25.Peggy Sue
26.My Baby Left Me
27.Blue Suede Shoes
28.Crippled Inside
29.Give Peace a Chance
30.Crippled Inside
31.Uncle Albert/Admiral Halsey
32.Happy Birthday
33.Uncle Albert/Admiral Halsey
34.My Sweet Lord

quarta-feira, 30 de outubro de 2002

Mulher de Paul McCartney mostra perna mecânica em programa de TV

A mulher do cantor Paul McCartney, Heather Mills, tirou e mostrou ao apresentador Larry King sua perna mecânica em programa que foi ao ar na última quarta (30) nos EUA, pela CNN. Em 93, Mills teve de amputar a perna esquerda abaixo do joelho depois de ser atropelada por uma motocicleta da polícia.

Desde então, a ex-modelo se engajou em programas de assitência a pessoas que tiveram membros amputados e se tornou porta-voz de um programa das Nações Unidas para o desmonte de minas terrestres. A ex-modelo inglesa está nos EUA para divulgar o lançamento de sua autobiografia "A Single Step" (literalmente "Um Único Passo").

Recentemente, Mills declarou em entrevista a Barbara Walters, da rede ABC, que desde seu casamento com o ex-beatle, em junho, ela vive o pior ano de sua vida, por causa do assédio da imprensa. "Foi ainda pior do que o ano em que perdi minha perna", disse a ex-modelo, "estou casada com o homem mais famoso do mundo, mas para mim é um infortúnio. Eu queria apenas ter uma vida anônima".

domingo, 20 de outubro de 2002

Entrevista: Luiz Lennon (Beatles Cavern Club)

O paulista Luiz Antônio da Silva é o fundador do Beatles Cavern Club, o mais antigo fã-clube brasileiro ainda em atividade. Aos 49 anos, continua em plena atividade na beatlemania, promovendo sempre eventos e shows com entrada gratuita na capital paulista. Confira um papo com Luiz Lennon sobre Beatles, Beatlemania, George no Brasil, histórias interessantes, folclores, entre outras coisas.

Há quanto tempo existe o Cavern Club, por que e como foi criado?
O BBC foi imaginado em 1.976 após a morte de Newton Duarte, o BIG BOY, um grande cara e uma pessoa que todos nós sonhamos em ser um dia. Ele era fera e após a sua morte criamos o Cavern Club, que sempre visou reunir pessoas, agitar grandes festas e divulgar Beatles. Foi isso que eu sempre fiz, a família sempre ficou em segundo plano, o meu amor à causa beatle sempre foi maior que tudo e continua sendo, pois em 24 anos já realizamos mais de 40 shows em praças públicas sempre com as melhores bandas cover de cada época. Só na Praça de República (centro de SP) realizamos uns 20, sempre de graça. Como Beatles passa de pai para filho, queremos que o Cavern Club consiga o mesmo.
Um dos primeiros sócios do fã-clube foi o conhecido Marco Antonio Mallagoli, que inclusive fazia parte da diretoria, até partir para criar seu próprio clube. Quando aconteceu o rompimento entre vocês e como?
Quando o Mallagoli foi à minha casa querendo saber como ser sócio e participar, o Cavern Club já era conhecido e com muitos sócios e colaboradores. Ficamos unidos durante 1 ano, mais ou menos. Depois, houve um rompimento e cada um foi para um lado. Ele acabou tendo a sorte e o mérito de conhecer o Lennon pessoalmente. Outras coisas só posso dizer que é folclore.

O que exatamente voce diz que é folclore?
Eu considero o Marco Antonio Mallagolli um grande meninâo. Como fã a gente sempre comete exageros e tenho certeza que o que foi publicado dizendo que o john vinha ao Brasil assistir Carnaval e que mandou disco de ouro um pouco de folclore, um pequeno exagero.

Sobre o rompimento só posso dizer que ele não podia ver uma câmera de TV que ficava todo afobado e logicamente gerou ciúmes, pois o pai da idéia era eu, aí então foi um para cada lado e boa sorte aos dois, né? Ficou alguma mágoa de fã pois quando a gente só pensava nos Beatles, o fã clube era muito forte e com o rompimento os dois saíram perdendo. Ele jogava as pessoas contra mim. Lembra-se daquela estória de colocar uma marca de giz no châo? Ele se considerava o quinto beatle, só ele sabia das coisas e vice e versa, porém eu tinha a certeza que as coisas não eram do jeito que ele mostrava. Tem histórias folclóricas para muitos anos, quem sabe um dia, nas minhas memórias?

Você poderia dizer que hoje são amigos novamente?
Foram 14 anos de rompimento e graças ao Jayme Marques, um grande cara, que vivia pegando no pé dos dois, hoje nos falamos novamente e a vida continua.

Os fãs dos Beatles sempre sonharam com uma reunião da banda. E os fãs paulistas, eles podem sonhar com uma união Cavern-Revolution?
De 1.995 para cá eu deixei a polêmica de lado e passei a frequentar e me aproximar mais dos fãs que adoram o Mallagolli e consegui fazer boas amizades. Tem aqueles que acham que só existe o Revolution e evitam bater papo com a gente, mas eu não ligo. Não deveria ser assim, mas tudo bem. Às vezes eu penso comigo: preciso trabalhar mais e tentar sempre fazer coisas legais para que vejam que eu sou boa pessoa.

Você não respondeu: Revolution e Cavern Club podem se unir novamente?
Acredito que pelos fã de hoje não haveria nenhum problema, já pensei em realizar grandes eventos e o Marcos já se prontificou a tocar com a sua banda, mas seria legal nós dois pensando somente em Beatles em um palco, apresentando umas 20 bandas, que tal?

Qual o seu momento máximo como beatlemaníaco?
Graças a Deus foram vários: quando estivemos com o George; quando estivemos com o Paul graças a Claudia Tapety de Recife; quando fui a LONDRES e LIVERPOOL em 95; quando fui convidado a participar do projeto "o artista por ele mesmo" da editora Martin Claret (sp), procurei convence-los que seria fundamental termos um livro sobre os Beatles em catálogo em português e outro sobre o PAUL. Neste momento eu contribui como fã e o fã brasileiro saiu ganhando com os dois volumes, vendidos nas bancas a 5 reais. Isso em 1993.

O nascimento de minha primeira filha cinthya lennon; especial de uma semana na TRANSAMERICA FM sobre os Beatles, em 79; o especial sobre John Lennon na TV Bandeirantes em 1980; conhecer a Cinthya Lennon e o Pete Best em 95; ter nascido a minha filha, Elizabeth Harrison em 2001.... existem ainda dezenas de fatos, mas os mais marcantes estão mencionados acima.

Você esteve com o George quando ele esteve aqui no Brasil em 1997?
Taí algo em que eu não acredito. Mais uma vez ocorreu algum exagero. Gostaria de ver fotos ou outros detalhes da presença dele incógnito em SP em1997 ou outra época. Sempre é bom termos a presença deles por aqui. Cadê o RINGO?

Com muito atraso finalmente o BCC lança o seu website. O que você espera da Internet?
Eu espero o principal, mostrar trabalho, competência, ter novos amigos e contribuir para a grandeza da Beatlemania no Brasil. Em outros países ela sempre foi forte e sempre será.

você irá comercializar beatle-material no site?
Sempre achei legal dividir o pouco que eu tenho com outros fãs, aliás é fundamental difundir a Beatlemania, e esta é uma das formas.

Como surgiu a idéia do website?
Eu tenho tentado criar uma página desde agosto de 2001, porém quem ia fazer a página prometia e depois nunca tinha tempo, até surgir o meu contato com um amigo de longa data o Jose Carlos Almeida (você conhece?).

Qual a sua opinião sobre a fabricação e venda de discos piratas no Brasil?
Uma grande idéia dos anos 80 foi a fabricação em SP de discos de vinil, o famoso bolachão, com gravações inéditas dos Beatles e das carreiras solo. Foram feitos uns 10 titulos diferentes, uma grande sacada para a época. Acredito que muitos de nós tenhamos em casa algum desses. A coisa chata é que foram vendidos como sendo discos importados e por um preço super caro para a época. Depois fizeram um oficial do Michael Jackson, Policia Federal descobriu tudo e deu um rolo danado. A porta da boa idéia se fechou, uma pena.

Você poderia citar algum título entre esses "falsos importados"?
Eu não lembro todos os titulos, mas eram... Complete to the king (Paul Mcartney), Abbey Road (capa dupla), tinha um com a trilha do filme Let It Be (duplo). O selo é branco com uma foto dos Beatles em preto e branco em volta da cadeira e a gravadora era uma tal "Manto Records".

Você produz alguma pirataria?
Inicialmente eu tenho somente transformado do formato vinil para o CD.

Sua família te acompanha nas aventuras do mundo beatlemaníaco?
Em festas sim, nas beatle-correrias não.

Se você pudesse escolher um só momento para reviver, escolheria o encontro com o Paul ou com o George?
Seu eu pudesse reviver, eu escolheria sem dúvida, o contacto com o George. Foi o primeiro, o mais díficil e pela beleza daquela época, onde os valores eram outros e muito mais importante do que hoje. A gente era mais feliz e não sabia.

Concluindo: fale-nos um pouco sobre o evento em homenagem ao George.
Todos os anos eu faço momentos como este, para a gente se reunir com a galera e através da boa musica relembrar e comemorar em grande estilo a presença em nossas vidas deste 4 rapazes de Liverpool, que nos mostraram uma maneira de ser felizes, tendo bons amigos a nossa volta e tendo o prazer de ser beatlemaníaco. Os preparativos e a ansiedade tomam conta da gente, pois vem muita gente de longe e precisamos ser bons hospitaleiros . Teremos 6 bandas ao vivo, sorteios e muitas surpresas. A Thais harrison [N do E: nossa colunista Calico Skies] e o Marcus Rampazzo irão roubar a cena pelo carisma que os dois têm. Ambos são bem tímidos... (risos)

Só pra lembrar:

Tributo a George Harrison
Acontece no dia 23 de fevereiro (sábado), a partir das 21:00h., no Hemisfério Sul Restaurante (Av. Ipiranga 958 - Centro - SP). Participação das bandas Acustic Beatles, Plastic Soul, Beatkids e Zoombeatles. Participação especial de Marcus Rampazzo (Beatles 4ever) e Calico Skies.

Entrevista: Vladimir Araújo

Um dos maiores especialistas em raridades dos Beatles no Brasil, o cearense Vladimir Araújo assina 3 colunas no nosso portal: POR DENTRO DA MAÇÃ (com análises de bootlegs, revistas e livros), THE BEATLES 30 DAYS (sobre a série de 18 CDs especiais) e THE BEATLES PROMO (sobre itens promocionais dos Beatles). Ele nos concedeu esta entrevista que é uma verdadeira aula sobre "Beatle Rarities", com tudo que o verdadeiro colecionador deve saber.
Uma pergunta que sempre me fazem: "o Vladimir possui mesmo todos aqueles lançamentos que comenta no portal?". E então, você tem mesmo tantos discos?
Veja bem. Quando tive a iniciativa de fazer uma coluna onde fossem comentados discos piratas e gravações alternativas dos Beatles, procurei firmar comigo mesmo um compromisso: jamais comentar um álbum sem que antes o ouvisse. Jamais falar sobre um livro sem antes tê-lo lido. Dessa forma, sempre procuro adquirir o disco antes de pô-lo na coluna. É mais honesto com quem está lendo. Sempre me impressionou o fato de que vários sites internacionais com pouco tempo no ar já exibiam mais de mil CD's comentados. Depois descobri que a maioria deles funciona com o envio de resenhas feitos por fãs, não necessariamente conhecedores da obra do grupo. Assim fica fácil. É por isso que existe tanta informação errada por aí. Respondendo, pois, a pergunta, sim, os discos em sua grande maioria são meus, adquiridos arduamente no decorrer dos anos.

Como é que dá tempo para ouvir tantos discos, ler tantos livros e assistir tantos vídeos - além de levar uma vida de "gente normal"?
Se estivesse começando agora a colecionar itens dos Beatles, ler sobre o grupo e ouvir tantas gravações, com certeza não daria tempo. Mas é que já estou nesse meio há uns bons vinte anos e antes minha vida não era tão atribulada. Conseguia, pois, ler tudo o que podia e ouvia os discos com maior tranquilidade. Com o tempo, surgem as preocupações do trabalho, família e é normal haver uma espécie de retração. No entanto, sempre sobra um tempinho pra ler um novo livro e escutar os últimos lançamentos do mercado alternativo.

Todo colecionador esconde suas "fontes". Você poderia pelo menos responder através de que métodos você consegue tantas raridades em CD e vídeo?
Quase a totalidade do material é conseguido, é comprado no exterior. Muitas vezes não se trata de esconder as fontes, mas é que os próprios vendedores destas gravações não gostam de ser identificados.

Qual o item mais querido da sua coleção e qual foi o mais difícil de se obter?
Vladimir com o seu Mersey Beat original, ao fundo Poderia listar vários, pois, para o colecionador de material dos Beatles existem alguns itens que simplesmente fazem a diferença. Falando de CD's, um dos meus preferidos é um promo lançado durante a febre do disco "The Beatles 1" e chamado "The Beatles Soundbites". Trata-se de um single onde cada um dos Beatles e ainda o produtor George Martin comenta as faixas do álbum 1. Na época o disquinho chegou a custar em lojas especializadas quase R$ 600,00 e hoje é extremamente raro. Foi um dos mais difíceis de conseguir. Em se tratando de livros, poderia citar as primeiras edições dos dois livros lançados por John Lennon em 1964 e 1965. Adorei consegui-los. Tem também o jornal Mersey Beat, de Liverpool, original, datado de janeiro de 1963 com uma das primeiras publicidades do grupo e onde o nome de Paul McCartney aparece grafado de forma errada. Agora, xodó mesmo, e como não poderia deixar de ser, são os autógrafos de Paul McCartney e George Harrison, todos devidamente emoldurados.

Antes da Internet, como eram feitos os contatos com os outros colecionadores, para aquisição das raridades?
Antes da Internet tudo era mais difícil e demorado. Os contatos eram feitos por carta e não podemos esquecer que o advento da Internet quase que coincide com o aparecimento do CD. Sendo assim, além tudo levar mais tempo, lembro que ficava rezando para o velho vinil chegar para mim em bom estado. Não tinha esse negócio de débito on line ou via cartão de crédito. Era tudo em cash. Uma verdadeira temeridade, mas tinha lá seu charme.

A coluna "Por Dentro da Maçã" completou recentemente 1 ano de vida. Como você vê esse momento? Está satisfeito com o resultado?
Muito. Principalmente por observar pelos comentários dos que acessam o site que o objetivo está sendo atingido. Procuro visar principalmente o fã neófito, aquele que ao se deparar com um álbum pirata não sabe o que é , desconhece a qualidade da gravação e a história do disco. Lembro que quando comecei a adquirir álbuns piratas, a maioria das compras eram feitas no escuro. O acesso a livros sobre bootlegs não era tão fácil como hoje e os que existiam eram importados. Cansei de comprar discos com takes iguais onde só a capa era diferente. O que mais me deixa feliz é quando recebo um e-mail de alguém que comprou um CD pirata e me diz que a coluna o ajudou de alguma forma e que o comentário batia exatamente com o que ele estava escutando no disco. Isso pra mim não tem preço. Ressalto também, que sempre que posso procuro não me ater totalmente ao disco em si, buscando sempre que possível contar um pouco da história das gravações, analisando o contexto em que as faixas foram feitas.

Além dos Beatles, você coleciona material de outros artistas, ou pelo menos gosta? Quais?
Não diria que coleciono, mas compro muitos discos de outros artistas. Desde os seis anos que escuto Rock'n Roll, pois, meus irmãos sempre compraram muitos álbuns. Dai, tenho coisas do Led Zeppelin, The Who, Yes, Pink Floyd, Genesis, Bob Dylan, Rolling Stones enfim, da maioria dos representantes do bom e velho Rock'n Roll .

Apesar de ser tão longe do eixo Rio-SP, Fortaleza parece ter um cenário Beatle bem intenso. Como você analisa essa realidade?
Essa pergunta merece uma resposta cuidadosa. De início, não acho que o cenário beatle em Fortaleza seja tão intenso assim. Poderia ser melhor se tivéssemos espaços para exposições, workshops, apresentações de filmes e tudo mais. No entanto, a cena beatle em Fortaleza resume-se praticamente a algumas bandas cover que tocam músicas dos Beatles e a um programa de rádio (Frequência Beatles) que vai ao ar todo sábado por uma rádio universitária local e do qual participo com um quadro sobre as novidades do mundo beatle. Particularmente acho pouco. Na maioria das vezes as iniciativas partem de colecionadores individuais. Não se vê por aqui , por exemplo, bandas de outros estados, locais onde possa haver troca e venda de material etc.

Todos conhecemos as realizações da dupla Vladimir Araújo/Claudio Teran aí no Ceará. Você incluiria outras pessoas daí como importantes para a Beatlemania nacional? Quem?

Certamente que existem em Fortaleza outras pessoas que compram discos e material relativo aos Beatles. Contudo, e pra não correr o risco de esquecer alguém, gostaria no momento de citar o nome do grande amigo Julio Serra, um dos precursores da beatlemania no Brasil e que já fazia nas décadas de 60, 70 e 80 o que Teran e eu fazemos hoje.

E a família, como encara esse fanatismo pelos Beatles? Toda a família Araújo é beatlemaníaca, ou você também é uma "ovelha negra"?
Meus irmãos admiram e respeitam o grupo mas, não posso dizê-los beatlemaníacos. Eles sempre gostaram de outras vertentes do Rock. No tocante ao gostar, digamos, "exagerado" pelos Fab Four, nunca deixei que ultrapassasse a barreira do real. A obra do grupo está veia, mas os pés tem sempre de estar no chão.

Sendo um fã "das antigas", que comparação voce faria da Beatlemania atual com a dos anos 70, 80 e 90?
Nas décadas passadas, até pela dificuldade em se obter informações e material, acho que o romantismo era maior. Hoje ficou tudo muito fácil. Sabe-se de tudo o que acontece sobre os Beatles com um clique de botão. Lembro que no final da década de 70 uma das únicas publicações sobre música no Brasil era a revista Somtrês e que ficava esperando ansiosamente para ler a coluna do Malagolli. Quando um vinil chegava ao Brasil, já havia sido lançado no exterior há vários meses e pouco ou nada sabíamos sobre o álbum. Hoje, sabemos dos passos de Paul McCartney ou Ringo em tempo real e, se quisermos, podemos comprar um disco no máximo um ou dois dias após o mesmo ter sido lançado no mercado internacional. Cada época, pois, tem seu diferencial.

Qual o seu momento máximo como Beatlemaníaco?
Sem dúvida alguma a visita em 1996 a Londres e Liverpool. Atravessar Abbey Road, parar em frente ao portão de Strawberry Fields, caminhar em Penny Lane ou estar na Mathew Street são sensações inigualáveis para qualquer fã do grupo. De repente aquilo tudo é história mas está bem ali, na sua frente. É como se tudo o que você já viu apenas em fotografia nos livros e revistas se materializasse. Inesquecível.

Não sei quantos discos você tem mas, tem gente por ai que diz ter mais de mil discos da banda. Existem mesmo tantas gravações piratas assim?
Olha, não tenho mil discos dos Beatles e nem acho que uma coleção deva ser medida pela quantidade de álbuns que você tem na estante. De que me vale ter dez discos onde somente a capa é diferente? Sim, porque hoje é preciso ter cuidado, pois, os ditos "pirateiros" pegam faixas já lançadas em outros CD's, montam uma nova embalagem e jogam no mercado. Acima de tudo há que se separar o joio do trigo. E pra fazer isso, pra comprar com critério você tem que ler, você tem que se cercar de fontes de pesquisa e saber onde estão realmente as gravações raras. Veja o exemplo das sessões do Let It Be. Quantas centenas de discos já saíram sobre aquelas gravações até que, enfim, se chegasse a uma série concisa e coerente como a 30 Days?

Penso que tudo é uma questão de critério. Posso até estar errado, mas não acho de todo interessante ter todos os discos piratas, por exemplo, de uma turnê de Paul McCartney onde o track list não se alterou. Tome-se a título de ilustração essa última turnê de Paul. O cara fez mais de 20 apresentações e somente em uma delas, em Toronto, fez algo de diferente, tocando Mull of Kintyre. O que importa então? Adquirir dois ou três shows e mais o show de Toronto, exatamente por diferenciar-se dos outros. Assim ocorre com os takes de estúdio. De repente alguém diz ter vinte CD's com outtakes do disco All Things Must Pass. Escute-se atentamente e logo se vai perceber que a maioria das gravações são repetidas. Costumo às vezes comprar um disco por causa de uma faixa, pois, se essa música for rara e importante para uma coleção, há que ser adquirida. Também questiono bastante as pessoas que se importam mais em comprar discos piratas que mesmo os álbuns oficias. Acho um contra-senso. Como ter dez álbuns piratas de Ringo Starr se a coleção oficial não está completa? Critério e pesquisa são palavras chave.

Como você definiria o disco promocional dentro de uma coleção?
Você tocou num ponto bem interessante. Veja bem: quando se consegue adquirir todos os discos oficiais dos Beatles, carreira solo e a parte que realmente interessa da pirataria, o colecionador costuma se perguntar: e agora? Pra onde ir? O caminho dos promos é uma boa resposta e explico o porquê. O Cd promo ocupa uma posição intermediária onde, apesar de não fazer parte da discografia oficial do artista, é produzido pela gravadora e com a participação do músico, ou seja, o cara opina na capa do promo e nas músicas que vão fazer parte do track list. E mais: o promo geralmente vem numa embalagem especial por ser feito em baixa tiragem e não raro, traz uma ou outra faixa exclusiva. O caso dos Beatles é sintomático. Como não comprar o promo do álbum Vertical Man de Ringo Starr, por exemplo, se somente nesse disco saíram duas faixas que não constam no disco oficial? Como não ter o Howitis, de Lennon, se só ali se encontra uma rara versão da faixa I'm Loosing You? Gosto sempre de lembrar também que o último disco lançado por George Harrison foi na realidade um promo, contendo uma entrevista de mais de vinte minutos concedida a um jornalista americano. O disquinho saiu em fevereiro/março de 2001 e George morreria poucos meses depois. Dá pra ignorar isso? É verdade que são itens caros, por terem sua venda proibida mas, acho que vale a pena.

Na sua avaliação, qual a importância de um site como o BeatlesBrasil para a beatlemania nacional dos dias de hoje?
Olha , fica meio difícil responder essa pergunta exatamente por eu escrever três colunas para o site. De repente qualquer coisa que eu fale aqui, pode parecer que estou "puxando o saco". Mas, vamos lá. Achei ótima a iniciativa do portal, principalmente por haver preenchido uma lacuna. Não havia no Brasil até então, nada parecido. Sites de Beatles até que se encontrava mas, sempre para comercializar material. Nada de informação. Acho que o diferencial do BeatlesBrasil está justamente nisso, pois, da forma como está caminhando consegue dar informações a novos fãs dos Beatles e fazer com que mais e mais pessoas conheçam a obra do grupo.


Saideiras:

Beatle preferido:
Paul McCartney, sem nenhum desmerecimento a genialidade dos outros três.
Música:
Norwegian Wood (apesar de ser quase impossível escolher só uma)
Disco:
Abbey Road
Frase:
"Turn off your mind relax and float down stream" (Tomorrow Never Knows)
Vinil ou CD:
CD e que me perdoem os puristas.

Entrevista concedida a Jose Carlos Almeida

Os 10 itens mais caros da memorabília Rock


1 - Rolls-Royce Phantom V, de 1965, psicadélico, de John Lennon

2.299.000 dólares (Sotheby's New York, 29 de Junho de 1985).

2 - Piano Steinway Model Z, de John Lennon
com marcas de cigarros, onde o ex-Beatle compôs "Imagine" - 2.150.000 dólares (leilão Fleetwood-Owen online, Hard Rock Cafe, Londres e Nova Iorque, 17 de Outubro de 2000). Foi comprado por George Michael.

3 - Guitarra "Brownie", de Eric Clapton, onde gravou "Layla"
497.500 dólares (Christie's New York, 24 de Junho de 1999).

4 - Manuscrito de Bernie Taupin
da nova letra da canção "Candle In The Wind" - 400.000 dólares (Christie's Los Angeles, 400.000 dólares).

5 - Guitarra Fender Stratocaster, de Jimi Hendrix
usada em Woodstock, em 1969 - 370.260 dólares (Sotheby's London, 25 de Abril de 1990).

6 - Manuscrito de Paul McCartney de "Getting Better"
1967 - 251.643 dólares (Sotheby's London, 14 de Setembro de 1995).

7 - Guitarra acústica Gibson, de Buddy Holly
circa 1945, com caixa feita por Buddy - 242.000 dólares (Sotheby's New York, 23 de Junho de 1990).

8 - Mercedes-Benz 600 Pullman, de 1970, de John Lennon
213.125 dólares (Christie's London, 27 de Abril de 1989).

9 - Ferrari 330 GT, coupé, volante à direita, de 1965, de John Lennon
190.750 dólares (leilão Fleetwood-Owen online, Hard Rock Cafe Londres e Nova Iorque, 17 de Outubro de 2000).

10 - Livro de notas de Mal Evans, de 1967 e 1968
que inclui uma versão de Paul McCartney para a letra de "Hey Jude" - 185.201 dólares (Sotheby's London, 15 de Setembro de 1998).

Fonte: "The Top 10 Of Everything 2002", de Russell Ash (DK)

quarta-feira, 16 de outubro de 2002

Por que as lágrimas caem quando ouço os Beatles

Tenho 24 anos e me encantei com a carta da pequena Ana de 10 anos, porque eu era como ela - enquanto minhas amigas gostavam de coisas dos anos 80, eu vivia procurando músicas dos anos 50 e 60.

Na realidade, existe uma pessoa (agora está me assistindo lá de cima, junto com John e George ), que me influenciou demais: meu pai, João Daniel, que se achava parecido com John, mas no fundo era um Ringo. Me emociono demais ao lembrar dele, principalmente aos domingos, que ele nos acordava com "Yellow Submarine" bem alto (hoje é domingo, meu coração esta partido, minhas lágimas caem).

Eu cresci ouvindo Elvis, Little Richard, muito rockabilly anos 50, até jazz, Ella Fizgerald, tudo sobre rock inglês... e o principal: Beatles - é a minha primeira referência de música!

Quando tinha 15 anos, em 93, eu e meu pai realizamos um grande sonho: Assistimos o Paul no Pacaembu... enquanto eu cantava e chorava, meu pai tinha um sorriso maroto no rosto e chorava discretamente com um olhar incrédulo, mas tão maravilhado... indescritível. Mas choramos juntos quando o Paul foi até o piano e começou os primeiros acordes de "Hey Jude".

Assistimos muitos filmes juntos. Ele me explicava que ficava seção após seção de Help!, e eu ficava imaginando como seria maravilhoso ver um fime dos Beatles na tela grande.

Há quase 4 anos, meu pai foi chamado por Deus... e não pôde se despedir da gente (ele teve um ataque do coração no meio da madrugada). Fico lembrando dele, apagando a luz da sala e ouvindo a cítara de George.

Quando meu pai morreu, eu coloquei um papelzinho na mão dele (esse é um segredo entre beatlemaníacos) com a letra de "Hey Jude" - mais uma vez estava chorando, mas de tristeza.

Logo em seguida, sonhei com meu pai. Cantava "Strawberry Fields Forever" para ele.

Quando a versão remasterizada de A Hard Days Night voltou aos cinemas, pude realizar o sonho que eu comentava tanto com meu pai... e chorei... percebi a presença dele ali, como se ele estivesse ao meu lado, com aquele sorriso maroto no rosto e choro discreto, com um olhar incrédulo mas tão maravilhado... indescritível.

-- [ vivian torres ] -- designer

sexta-feira, 31 de maio de 2002

Entrevista: Rod Davis (The Quarrymen)

Em uma entrevista exclusiva, feita por email, falei com Rod Davis, um dos membros originais da banda The Quarrymen - a banda onde John Lennon tocou antes dos Beatles. Rod esteve presente naquele famoso show em que John e Paul se conheceram. Ele fala sobre a época do Quarrymen, a Beatlemania, o novo CD "The John Lennon's Original Quarrymen Get Back Together" e o novo livro de Hunter Davies: "The Quarrymen: A Biography Of The Band That Started The Beatles".

Vitor Suman - Olá, Rod. Fale sobre você.
Rod Davis - Olá, meu nome é Rod Davis, tenho 60 anos agora. Nasci em 7 de Novembro de 1941, no Sefton General Hospital. Meus pais moravam perto de Woolton, e nos domingos, mais ou menos com 5 anos, eu ia à Escola Dominical na St. Peter's Church (Nota Ed: igreja em que o Quarrymen tocava quando John e Paul se conheceram). Outros garotos na minha classe eram Pete Shotton, Nigel Whalley, Ivan Vaughan, Geoff Rhind (que tirou a famosa foto!!!) e cerca de um ano depois John Lennon se juntou a nós. Aos 11 anos eu fui estudar na Quarry Bank High School, junto com, John, Pete e Geoff. Lá conheci Eric Griffiths.

Quem o chamou pra entrar na banda? E por que você aceitou?
Por volta de 1956 eu comprei um banjo e falei pro Eric. Ele me perguntou se eu queria entrar na banda com ele, Pete, John e um baixista chamado Bill Smith. Estávamos tão empolgados com o skiffle, e Lonnie Donnegan principalmente, e todos queriam estar numa banda. Logo depois Bill Smith nos deixou, então Colin Hanton e Len Garry entraram.

Você tocou no show em que John e Paul se conheceram. Você estava no "backstage" quando eles foram apresentados?
Embora eu me lembre muito bem desse show, eu não me lembro de ter conhecido Paul...eu já conhecia Ivan Vaughan por quase dez anos, e se Paul estava com ele com certeza eu o conheci naquela tarde, mas não me lembro de nada!

Você entrou na banda quando ainda chamavam-se "The Black Jacks". Você participou da mudança para "The Quarrymen"?
Eu acho que quando eu entrei eles se chamavam "Blackjacks", mas logo se tornou Quarrymen, por causa do hino da escola, e eu não me lembro da discussão ou da sugestão de mudar o nome. Pete acha que foi idéia dele.

Qual era o repertório? Em que ele era baseado, que músicas você se lembra de tocar?
A gente tocava muito skiffle, "Freight Train", "Cumberland Gap", "Midnight Special", "Rock Island Line", "Lost John", "Bring A Little Water Sylvie", "Don't You Rock Me Daddy'O", "Worried Man Blues", "Pick A Bale of Cotton", "Mama Don't Allow"... todo o repertório de Donnegan e um pouco de Rock and Roll. Todas as músicas do nosso CD (visite o meu site para mais detalhes) pertenciam ao repertório de 1957.

Quando você deixou a banda? Você tocou em outras bandas, antes e depois?
Não, nunca toquei numa banda antes do Quarrymen. Mas eu estudei piano por três anos, e na escola aprendi a tocar alguma coisa...gostava muito do Jazz de New Orleans.

No final de Julho de 1957 a maioria do grupo deixou a escola, mas eu continuei pois queria entrar pra universidade. E foi aí que eu quis sair do grupo. Não me mandaram embora, apenas saí. Paul entrou no meu lugar. Eles estavam se tornando uma banda de rock, e um banjo não se encaixava mais.

Meu irmão e eu vendemos nosso ferrorama e compramos uma guitarra, que eu rapidamente aprendi a tocar. Então eu fui tocar num Jazz Trio da Quarry Bank. Era uma guitarra acústica, então eu colei um microfone nela e liguei num rádio antigo, o que funcionou como amplificador.

Em 1960 eu fui para a Universidade de Cambridge para estudar francês e espanhol. Lá eu me interessei pela música folk inglesa e americana, especialmente bluegrass (???). Eu aprendi a tocar guitarra no estilo bluegrass, bandolim e toquei em várias bandas de Jazz, inclusive, uma delas gravou um disco pela Decca em 1961. Em 1963 eu fui pra Bavaria, na Alemanha, para ser professor de inglês. Lá eu tocava banjo numa banda de Jazz toda sexta-feira à noite.

Nos anos 60, quando a beatlemania estourou, como você viu isso? Você sabia, de algum jeito, que aquele seu amigo John seria um sucesso?
A última vez que eu encontrei John foi em Abril de 1962, em Liverpool e ele me perguntou se eu queria tocar bateria para ir à Hamburgo com eles. É claro que eu não aceitei, pois ainda tinha um ano do meu curso pra fazer. Como eu disse, eu estava na Bavaria entre Outubro de 1963 e Agosto de 1964 e lá ninguém ouvia falar dos Beatles, então eu perdi o estouro da Beatlemania. Eu nunca esperei que John fosse um sucesso musical, nós só queríamos nos divertir. Ele não sabia tocar guitarra muito bem, mas sabia cantar, e conseguia segurar o público. O talento dele, quando era adolescente, era realmente os seus desenhos...eram muito bem feitos e engraçados. Quanto ao sucesso deles, eu fiquei muito feliz que um velho amigo meu, e mais alguns garotos pobres de Liverpool mostraram ao mundo que não precisava ser de Londres, ou dos EUA para fazer sucesso.

Você sempre foi um músico? Ou seguiu carreira em outra profissão?
Sempre fui músico, mas nunca ganhei a vida com isso. Toquei numa banda de Bluegrass em Liverpool entre 64-68, e também toquei música tradicional irlandes, durante esse tempo. Em 1968 eu deixei Liverpool e fui trabalhar numa indústria de viagens, como motorista, e eu levava as pessoas para acampar na Rússia, Turquia, Romênia e Grécia. Fiquei um bom tempo sem tocar, mas no começo dos anos 70 começei a me envolver com o Bluegrass em Londres e voltei a tocar muito bandolim. Meus filhos nasceram nos anos 70, e eu achei melhor trabalhar atrás de ua mesa, organizando viagens à França e não toquei muita coisa.

Me separei da minha mulher em 1981, e fui viver com minha irmã. Juntos tocamos em várias bandas, The Armadilloes, uma banda texana de bluegrass e também os Bluegrass Ramblers. Minha irmã toca baixo, canta, toca harpa, guitarra, compõe e faz sapateado! (Meu irmão, que ainda vive em Liverpool é um ótimo guitarrista). Desde 1986 eu venho ensinando turismo e marketing, embora eu esteja meio aposentado desde 1996. Nos últimos cinco anos eu venho tocando com um ótimo guitarrista de Jazz e Country, chamado Doug Turner e ele me ensinou como tocar guitarra rítmica no jazz - visite o meu site para mais detalhes!

Eu vi que foi lançado um novo livro de Hunter Davies (que eu ainda não tenho). Você acha que é um complemento aos fãs dos Beatles?
Nós conhecemos Hunter Davies em Cuba, numa BeatleFest em Havana, há alguns anos atrás. Nós mantivemos contato, e Hunter teve a idéia de escrever uma biografia do Quarrymen, como uma continuação da biografia dos Beatles. Nós demos a ele toda a ajuda que precisou, e estamos bem felizes com o resultado. Esperamos que os fãs gostem!

Vamos falar dos novos Quarrymen. Quando foi que vocês decidiram voltar a tocar juntos?
Todos nós nos encontramos, depois de 40 anos, em Janeiro de 1997, quando o Cavern nos convidou para o 40º Aniversário.

De quem foi a idéia? E por quê?
Eu sempre esperei que nos encontraríamos novamente, não necessariamente pra tocar. O Cavern já havia me convidado, junto com Len (Garry) e Pete (Shotton), eu acho que (John) "Duff" Lowe, e eu os dei os endereços de Eric (Griffiths) e Colin (Hanton). Porquê? Uma bebedeira grátis no Cavern! À tarde, depois de um dia de cerveja de graça (embora eu estivesse dirigindo) nós fomos convidados para subir ao palco e tocar algumas músicas para um programa de TV. Felizmente a platéia também já estava bêbada! Como resultado, fomos chamados, por muitos fãs dos Beatles a recriar o dia em que John conheceu Paul na Woolton Village, isso em Julho de 1997. A Igreja precisava de uma grande reforma. Nós fomos muito bem, e fizemos o "Get Back Together", e aí coisas começaram a acontecer.

No álbum, "Open For Engagements" (lançado em Dezembro de 1995) o Quarrymen toca bastante material original/inédito. Mas haviam membros na banda que não eram/foram da formação original (Charles Hart, John Ozoroff, Richie Gould). De onde vieram eles?
Em 1992 John Lowe, que eu não conhecia do Quarrymen, pois ele entrou bem depois de minha saída, chamou Len Garry e eu, para saber se estaríamos interessados em juntar uma banda, e lançar um CD, sob o nome de The Quarrymen. Nós estávamos, mas Eric Griffiths e Colin Hanton não, e eu nem consegui encontrar Pete Shotton. Os outros músicos eram de uma banda na qual John Lowe estava tocando na época.

Na verdade, nós realmente gravamos um disco! Mas o homem que nos gravou desapareceu, e o CD nunca foi lançado. John Lowe tentou novamente mais ou menos um ano depois, mas o estúdio havia fechado, e as fitas sumiram. Ele tentou uma terceira vez, dessa vez sem Len Garry, apenas eu e o resto da banda, e o "Open For Engagements" foi o resultado.

Nesse álbum há uma canção chamada "John Winston". É um tipo de tributo à John?
Sim, foi escrita por John Ozoroff. Embora eu sempre soube que John detestava ser chamado de Winston.

O Quarrymen estará se apresentando na Itália e Alemanha esse ano. Há planos de uma turnê européia?
Nós não estamos realmente disponíveis para fazer uma turnê, por causa de nossos empregos aqui na Inglaterra, mas podemos reservar um fim de semana, ou até uma semana inteira, sem causar grandes problemas.

Vocês também passaram pelos EUA e Canadá entre 1999/2000. Como foi fazer show na América?
Nós fomos aos EUA cinco vezes. Duas em 1998, na costa Oeste e Chicago, depois em Vegas, Canadá, Orlando e New Jersey. Nos divertimos muito em nossas viagens transatlânticas - também estivemos em Cuba - os fas dos Beatles sabem mais sobre nós do que nós mesmos! Eles pareciam apreciar o fato de ainda estarmos vivos (!) e eles puderam ouvir como soávamos em 1957, enquanto tocávamos músicas que tocávamos com John e Paul.

Tem alguma mensagem aos leitores brasileiros?
Espero que vocês tenham gostado de ouvir sobre o Quarrymen. É ótimo saber que há interessados em nós. Talvez algum dia a gente vá tocar no Brasil - seria uma grande experiência para quatro velhinhos! Não esqueçam de dar uma olhada no meu site, em www.scorpweb.co.uk onde poderá encontrar muita informação sobre os Quarrymen!

Datas de shows do Quarrymen em 2002
08 de Junho - Brescia, Itália.
19 de Julho - Berlim, Alemanha.
21 de Julho - Berlim, Alemanha.

Site Oficial
www.quarrymen.co.uk

Entrevista feita por Vitor Suman, entre 19 de Abril e 30 de Maio de 2002